O ministro criticou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) por conta de um estudo da instituição sobre uso de substâncias ilícitas não ter confirmado a existência de uma epidemia de drogas no país.
De acordo como o ministro da Cidadania, Osmar Terra, a pesquisa não é confiável por não confirmar que exista uma epidemia de drogas. Para o ministro, "é óbvio para a população que tem uma epidemia de drogas nas ruas".
“Eu não confio nas pesquisas da Fiocruz. Se tu falares para as mães desses meninos drogados pelo Brasil que a Fiocruz diz que não tem uma epidemia de drogas, elas vão dar risada. É óbvio para a população que tem uma epidemia de drogas nas ruas. Eu andei nas ruas de Copacabana, e estavam vazias. Se isso não é uma epidemia de violência que tem a ver com as drogas, eu não entendo mais nada. Temos que nos basear em evidências”, disse em entrevista ao jornal O Globo.
“É prestigiada para fazer vacina, para fazer pesquisa de medicamento. Agora, para droga, ela tem um viés ideológico de liberação das drogas”, acrescentou o ministro.
O veto do governo é respaldado por uma cláusula do contrato, que prevê que o estudo só pode ser divulgado com a anuência da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, órgão ligado ao Ministério da Justiça.
No entanto, para pesquisadores e especialistas da área, como aponta a publicação do O Globo, o veto foi motivado pelo fato de que o estudo não confirma as repetidas declarações do ministro Osmar Terra de que exista uma epidemia de drogas no país.
⚡ Ministro Osmar Terra diz não confiar em estudo da Fiocruz engavetado pelo governo
— Twitter Moments Brasil (@MomentsBrasil) 28 de maio de 2019
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Em resposta, a Fiocruz divulgou um comunicado defendendo a metodologia usada na pesquisa, destacando a abrangência do levantamento e a correspondência com os critérios do edital.
“O 3° Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira é mais robusto e abrangente que os dois anteriores, pois inclui, além dos pouco mais de 100 municípios de maior porte presentes nos anteriores, municípios de médio e pequeno porte, áreas rurais e faixas de fronteira […] Vale destacar que a abrangência amostral foi solicitada pelo próprio edital e que todos os critérios solicitados foram devidamente atendidos”, diz o comunicado.