"Esse tipo deliberado de provocar disputas comerciais é puro terrorismo econômico, chauvinismo econômico, intimidação econômica", avaliou o vice-ministro de Relações Exteriores da China, Zhang Hanhui, nesta quinta-feira, enquanto delineava a viagem do presidente Xi Jinping à Rússia na próxima semana.
Os Estados Unidos intensificaram sua guerra comercial com a China no início deste mês ao aumentar as tarifas sobre exportações chinesas no valor de US$ 200 bilhões, após meses de negociações na esperança de evitar uma guerra econômica entre os dois países. A China reagiu anunciando tarifas de mais de 5 mil produtos americanos no valor de US$ 60 bilhões.
Apesar de ameaçar aumentar as tarifas de importação sobre outros US$ 325 bilhões em produtos chineses, Washington também vem atrás de gigantes de telecomunicações chinesas, particularmente a Huawei, líderes na tecnologia de rede celular 5G.
Primeiro, a Lei de Autorização de Defesa Nacional (NDAA) de 2019, assinada em agosto de 2018, proibiu o governo de comprar equipamentos Huawei ou ZTE. Então, em 15 de maio, o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva restringindo o acesso de "adversários estrangeiros" aos setores americanos de tecnologia da informação e comunicação.
No mesmo dia, o Departamento de Comércio dos EUA acrescentou a Huawei e 70 de suas afiliadas à lista negra de comércio. Como consequência, o Google suspendeu a Huawei de usar seu sistema operacional Android. A mudança foi seguida pela Intel, Qualcomm e Xilinx, que pararam de fornecer componentes para a empresa chinesa.
A China, que quer que os EUA a tratem como um parceiro de mesma estatura, repetidamente criticou as políticas comerciais protecionistas americanas e se queixou à Organização Mundial do Comércio (OMC). A Huawei, por sua vez, continua convencida de que as ações de Washington contra a empresa são "ilegais" e está levando o governo federal para um tribunal dos EUA.
"Não há vencedores em uma guerra comercial. Não há vencedores", reiterou Zhang. "Nós nos opomos a uma guerra comercial, mas não temos medo de uma guerra comercial".