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Ex-ministros da Educação lançam manifestos contra cortes do governo Bolsonaro

© Foto / Agência Brasil/Fernando FrazãoEstudantes e professores de institutos federais e universidades fazem manifestação na Avenida Presidente Vargas em protesto contra o bloqueio de verbas da educação
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Seis ministros da Educação de vários governos brasileiros lançaram nesta terça-feira um manifesto contra os cortes que o governo do presidente Jair Bolsonaro quer aplicar nas universidades públicas, e lamentam que a educação seja vista como uma ameaça.

Na carta conjunta, os ex-ministros expressaram "grande preocupação" com as atuais políticas de educação e acrescentaram que o corte de recursos em áreas como educação e saúde "pode ter efeitos irreversíveis e até mesmo fatais".

Para os seis ex-ministros, a educação não era mais vista como uma promessa: "Nós vemos que, no atual governo, ela é apresentada como uma ameaça".

Segundo a nota, a profissão dos docentes deve ser respeitada e "não pode ser submetida a nenhuma perseguição ideológica".

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"Convidar os alunos para gravar professores para puni-los é uma medida que só piora a educação, submetendo-a a uma censura inaceitável", afirma o documento.

Os ex-ministros concordam que as políticas de educação pública deve ser uma política de Estado, não sujeita a mudanças no governo do dia, e há muitos riscos, especialmente nas regiões mais vulneráveis.

Por isso, eles pedem a renovação e ampliação do fundo que mantém a educação básica e o sistema de reavaliação dos profissionais da educação, que expira em 2020.

"Sem isso, a situação da educação nos municípios e estados mais pobres, que já é inadequada, ficará desesperadora", criticam.

A reunião que construiu a posição aconteceu na Universidade de São Paulo (USP) e foi organizado pelo ex-ministro Renato Janine Ribeiro, que foi ministro da Educação durante o governo do ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016).

Também estiveram presentes os ex-ministros José Goldenberg (governo Collor), Murilo Hingerl (governo Itamar Franco), Cristovam Buarque (governo Lula), Fernando Haddad (governos Lula e Dilma Rousseff) e Aloizio Mercadante (governo Dilma).

Houve também participação em alguma forma do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), pois apesar de o ministro da educação, Paulo Renato Souza, ter falecido em 2011, a secretária executiva da carteira, Maria Helena Guimarães de Castro, contribuiu na preparação do documento.

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O governo de Bolsonaro propõe cortar uma média de 30% do orçamento das universidades públicas federais, o que causou protestos massivos nas ruas nas últimas semanas.

O manifesto conjunto de vários ex-ministros de diferentes tendências políticas já tem vários precedentes. Todos os antigos responsáveis da carteira de Meio Ambiente reuniram-se há algumas semanas para denunciar os retrocessos que em sua opinião estão sendo implementados pelo governo de Bolsonaro em termos de preservação da natureza.

Também 11 ex-ministros da Justiça fizeram, por unanimidade, criticar os decretos do ex-capitão do Exército para facilitar a posse e porte de armas de fogo.

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