Após a proibição pelo presidente dos EUA, Donald Trump, do uso de equipamentos de telecomunicações fabricados por empresas consideradas "uma ameaça à segurança nacional", um relatório indica que o Google, que já vetou o Android para a Huawei, alertou o governo que a proibição desta empresa chinesa efetivamente coloca a segurança do país em perigo, pois a obriga a desenvolver seu próprio software que poderia ser mais suscetível a invasões.
Na opinião do colunista John Detrixhe da Quartz, a proibição por parte do Facebook da pré-instalação de seus aplicativos, incluindo o WhatsApp e o Instagram, em celulares Huawei, resultaria em prejuízo, pois isso privaria as empresas americanas de usar os dispositivos chineses para coletar dados e vender publicidade em todo o mundo.
Para o analista Jeremy Horwitz, do site Venture Beat, as empresas americanas não só perderiam receita da gigante chinesa, mas também de outras empresas estrangeiras.
O jornalista explica que, se a Huawei vier a produzir os componentes de que precisa por conta própria, a empresa poderia vendê-los a terceiros a preços mais acessíveis em comparação com as empresas americanas.
Uma ampla gama de empresas sofreria globalmente com o precedente da Huawei, incluindo a Apple, que depende de empresas chinesas como a FoxConn para fabricar seus dispositivos.
A retaliação à gigante chinesa também abrandaria a implementação da nova tecnologia 5G em todo o mundo, o que poderia se refletir na suspensão do desenvolvimento de veículos de condução automática, que dependem da implementação dessa tecnologia, na qual a Huawei está atualmente na vanguarda, de acordo com os analistas.
Horwitz acredita que Washington "ataca empresas individuais para forçar resultados políticos", afirmando que a situação em torno de Huawei se tornará uma "enorme mina terrestre" para a diplomacia norte-americana.