Além de ser organizado por uma fundação ligada ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o evento contou com uma palestra de abertura feita pelo chanceler brasileiro Ernesto Araújo.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o ex-embaixador e ex-secretário geral do Itamaraty, Marcos de Azambuja, "lamentou que a reunião tenha tido essa significação".
"Creio que nós estamos nesse caso desafiando um pouco o bom senso, a realidade. Portanto creio que isso são distorções momentâneas e passageiras. Confio tanto na serenidade, no bom senso do Brasil e nas nossas transições diplomáticas que eu sei que a médio prazo elas serão restabelecidas e que o Brasil voltará a ter aquela linguagem que é a sua: de serenidade, de prudência, de amizade e de construção de melhores relações com todos", disse.
Marcos de Azambuja concorda, no entanto, que a globalização deve ser aprimorada, mas que não deve ser demonizada.
"O Brasil é um país sul-americano, latino-americano, mas também é parte desse grande processo de globalização que nós vivemos hoje e que tende ser sempre aperfeiçoado, mas que não deve ser demonizado", comentou.
Marcos de Azambuja diz que posições como a manifestada no evento da Fundação Alexandre Gusmão são anomalias que deverão ser corrigidas no médio-prazo.
"É uma anomalia, um ponto fora da curva e que como todo ponto fora da curva será corrigido no médio prazo. O Brasil tem uma longa tradição de atitudes construtivas, serenas e de reforço da confiança com seus grandes sócios e parceiros, voltará a ser assim, será sempre assim, portanto, o que aconteceu deve ser visto apenas como um ponto fora da curva que logo será corrigido", disse.
No governo Bolsonaro, os seguidores do guru da direita Olavo de Carvalho reivindicam fazer parte do movimento antiglobalista, cujo expoente internacional é Steve Bannon , ex-estrategista de Donald Trump.