De acordo com a publicação, o atual ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro pediu ao procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, hoje aposentado, para que o Ministério Público Federal (MPF) se posicionasse contra o que ele chamou de "showzinho" da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Talvez vocês devessem amanhã editar uma nota esclarecendo as contradições do depoimento com o resto das provas ou com o depoimento anterior dele [Lula]. Por que a defesa já fez o showzinho dela", afirmou Moro em diálogo no dia 10 de maio de 2017.
Na mesma data aconteceu um dos depoimentos de Lula acerca do caso do tríplex do Guarujá (SP), no qual o ex-presidente seria condenado por Moro meses depois.
De acordo com o The Intercept Brasil, "essas conversas provam que Moro estava sugerindo estratégias para que os procuradores realizassem sua campanha pública contra o próprio réu que ele estava julgando".
A sexta reportagem da série que o site realiza sobre os conteúdos de mensagens trocadas por Moro e pelos procuradores da Lava Jato ainda aponta o que seriam acertos a respeito do que a Força-Tarefa divulgaria à imprensa, algo que gerou reações de assessores de imprensa ligados à operação.
Tanto Moro quanto os procuradores negam qualquer direcionamento da Lava Jato contra Lula ou qualquer outro investigado. Nesta semana, os envolvidos voltaram a criticar os ataques contra autoridades, afirmando que o conteúdo das mensagens seria fruto da ação de hackers.
Entretanto, até o momento o The Intercept Brasil apenas informou que recebeu o material de uma fonte anônima, sem mencionar se ela seria um hacker. A Polícia Federal investiga o caso.