"Infelizmente, os EUA se retiraram unilateralmente do acordo e até ameaçaram outros participantes [do acordo], conclamando-os a violar a Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, que defende a normalização das relações comerciais com o Irã", disse Rouhani.
Falando durante a Organização de Cooperação de Xangai (SCO), cúpula realizada na capital do Quirguistão, Bishkek, o presidente observou que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou em várias ocasiões o cumprimento integral do Irã com o Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA), que foi assinado após anos de difíceis negociações em 2015.
O Irã pede aos outros participantes do acordo [China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha] que cumpram seus compromissos o mais rápido possível para que o Irã possa exercer seus interesses econômicos que [o documento] prevê.
Washington desencadeou várias ondas de sanções contra Teerã depois que Donald Trump deixou o JCPOA, que ele chamou de "pior negócio de todos os tempos", há pouco mais de um ano. As duras restrições visaram o petróleo, finanças, transporte, militares e outros setores iranianos.
Em 8 de maio, Teerã anunciou a suspensão de algumas de suas obrigações sob o JCPOA e advertiu que retomaria o enriquecimento de urânio em 60 dias se os interesses do Irã não fossem protegidos de acordo com o acordo.
Rouhani criticou o comportamento de Washington nos últimos anos, dizendo que "ao violar todas as estruturas e regras internacionais e usar suas capacidades econômicas, financeiras e militares, implementou uma abordagem agressiva".
Os EUA agora "representam uma séria ameaça à estabilidade na região [do Oriente Médio] e no mundo", ele alertou.
Esta semana assistiu-se a um novo aumento nas tensões entre os EUA e o Irão, uma vez que os americanos acusaram Teerã de estar por detrás de explosões que atingiram petroleiros noruegueses e japoneses, sem fornecer qualquer prova dessas alegações. O Irã respondeu dizendo que o incidente foi planejado por Washington para justificar as sanções e minar o trabalho dos diplomatas da República Islâmica.