Espera-se que a nova criptomoeda ajude bilhões de usuários a realizar transações internacionais.
Como o Facebook é atualmente usado por mais de dois bilhões de pessoas, estima-se que a nova moeda virtual possa se tornar uma importante fonte de renda para o gigante das mídias sociais, e pode potencialmente alterar seu modelo financeiro convencional, informou o The Guardian.
Assim como a maioria das criptomoedas, a Libra será operada e protegida por qualquer parte interessada que tenha acesso a um computador.
No entanto, a decisão da empresa no envolvimento no setor financeiro gerou ansiedade entre as autoridades britânicas e americanas.
Em maio, o Comitê de Bancos, Habitação e Assuntos Urbanos do Senado dos EUA dirigiu-se ao CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, em uma carta solicitando respostas sobre privacidade e regulamentação financeira das mídias sociais.
"É importante entender como as grandes plataformas sociais disponibilizam dados que podem ser usados de maneiras com grandes implicações para a vida financeira dos consumidores […] Também é importante entender como as grandes plataformas sociais usam dados financeiros para traçar o perfil e atingir os consumidores", diz a carta.
Como vai funcionar e quem opera?
Ao contrário das criptomoedas de hoje, como o bitcoin, a Libra será baseada em reservas financeiras, o que significa que não será tão volátil e instável. Além disso, o serviço será totalmente gratuito para os clientes e acessível através de qualquer aplicativo que acrescente suporte monetário ao seu código.
"[A reserva] é projetada para ser estável e dar valores à Libra que a tornam mais parecida a uma moeda tradicional do que qualquer uma das moedas digitais de hoje. Foi assim que o papel-moeda foi criado", cita à CNBC David Marcus, chefe da divisão Calibra do Facebook.
É relatado que a criptomoeda será administrada por uma associação sem fins lucrativos apoiada por várias empresas e organizações. Será separada do Facebook, pelo que a rede social não poderá se beneficiar da utilização da moeda ou utilizar informações das carteiras digitais para publicidade direta na sua plataforma.
Por enquanto, a Libra Asociation tem 27 membros fundadores e está prevista para aumentar esse número para 100. Entre as empresas integrantes do consórcio estão empresas dos setores de pagamento, tecnologia, telecomunicações, blockchain e capital de risco, bem como instituições acadêmicas e organizações sem fins lucrativos.
"A ideia é que [a Libra] terá adoção em massa, muitas empresas de confiança que querem participar da jornada, então há a possibilidade de que ela se torne uma corrente dominante", adicionou Marcus.
Rumores de que o gigante das redes sociais, proprietário do Instagram e do WhatsApp, planeja criar sua própria moeda digital, têm circulado desde 2018.