"Eu quero colocar no projeto que, para cumprir uma missão, você pode usar todas as possibilidades, incluindo um esquadrão de drones, eu não quero que nossa polícia, em uma operação, esteja na linha de frente com margens irrecuperáveis", afirmou o presidente, segundo o jornal Estado de S. Paulo.
Bolsonaro mencionou a polícia, mas quando ele falou dos drones estava se referindo às operações da Lei de Garantia e Ordem (GLO), um mecanismo legal que permite aos estados brasileiros solicitar a intervenção das Forças Armadas em situações emergência para controlar a segurança pública.
O presidente então esclareceu que antes dos drones, a prioridade de seu governo é dar segurança jurídica àqueles que estão em operações militares, garantindo imunidade àqueles que matam em serviço.
"Só vou autorizar a GLO nos estados se houver uma retaguarda legal. Hoje o soldado tem mais medo de enfrentar um processo do que enfrentar um tiroteio, depois dessas operações, nossos soldados têm que ser condecorados e não processados", insistiu o presidente.
Atualmente, o chamado "pacote anticrime" preparado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, já prevê reduzir sentenças ou deixar de aplicá-las caso os agentes de segurança atirem em "surpresa, medo ou emoção violenta".
Esse conjunto de mudanças legais, considerado pelos ativistas e defensores de direitos humanos como uma licença para matar, foi apresentado em fevereiro e, por enquanto, está em tramitação no Congresso Nacional, aguardando análise.
O presidente Bolsonaro não é o primeiro a propor drones capazes de executar tiros em operações de segurança. O atual governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, já fez isso antes.
Aliado do presidente, Witzel também defende o uso de tiros de helicópteros em operações policiais, e recentemente disse que se ele poderia lançar um míssil contra os infratores da Cidade de Deus, uma das mais conflituosas favelas do Rio de Janeiro.