Na sequência do ataque ocorrido no golfo de Omã, os EUA decidiram enviar um contingente adicional de 1.000 militares para a região.
O analista Cenk Tamer, especialista em Oriente Médio do centro de estudos de crises políticas ANKASAM, disse que é muito provável que Trump vise usar a tensão no golfo de Omã para aumentar a presença militar dos EUA na região, em entrevista à Sputnik Turquia.
O analista notou que anteriormente os EUA já recorreram a uma tática semelhante e enviaram navios de guerra após a ameaça do Irã de fechar o estreito de Ormuz.
"A recente declaração do secretário de Defesa interino dos EUA Patrick Shanahan sobre as intenções de enviar um contingente adicional de mil militares para o Oriente Médio aponta para que o cenário das ações de Washington pode se repetir", acha ele.
"A Rússia também considera as ações para envio de um contingente adicional como uma provocação", acrescentou ele.
De acordo com Tamer, a atividade dos EUA pode ser interpretada como uma tentativa de obrigar o Irã a entrar em guerra.
Entretanto, falando da possibilidade de um cenário militar para o desenvolvimento da situação, o analista comparou a situação atual com os acontecimentos no Iraque.
"Os EUA não podem se permitir uma intervenção militar no Irã, cujo território é quase três vezes maior que o do Iraque", disse ele.
Estima-se que para uma intervenção militar dos EUA no Irã sejam precisos cerca de dois milhões de efetivos, porque em 2003 eles não conseguiram garantir a segurança no Iraque com um contingente de 100 mil homens, acha ele.
"Além disso, caso haja uma intervenção no Irã, os americanos ficariam face a face com uma força de quase 1,5 milhão, que consiste dos efetivos da milícia Basij, que estão prontos para uma rápida mobilização e fazem parte do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica", afirmou Tamer.
O Pentágono entende que não dispõe de recursos suficientes para enfrentar essas unidades da milícia em confronto direto, revela o analista em conclusão.