"Eu não estou procurando por guerra, e se houver, será uma destruição como você nunca viu antes. Mas eu não estou querendo fazer isso", afirmou Trump à rede NBC News em uma entrevista que ocorre um dia após ele abortar um ataque aéreo contra alvos iranianos, como retaliação por Teerã ter abatido um drone dos EUA.
Também nesta sexta-feira, Trump declarou que os militares dos EUA estão prontos para atacar alvos no Irã, mas acrescentou que cancelou os ataques no último minuto porque eles não eram proporcionais.
"Nós estávamos armados [e] carregados para retaliar a noite passada em três locais diferentes [sic] quando perguntei quantos morreriam", comentou Trump. "150 pessoas, senhor, foi a resposta de um general. 10 minutos antes do ataque eu descartei, não era proporcional por abater um drone não tripulado".
Trump comentou em um tweet separado que não tem pressa em responder ao ataque, acrescentando que os militares dos EUA estão reconstruídos e prontos para partir.
O senador norte-americano Ed Markey disse em um comunicado nesta sexta-feira que o Congresso precisa de respostas sobre o raciocínio legal da Casa Branca por trás dessa ação.
"Desvendar esses ataques foi o resultado certo, mas a América só está nessa situação com o Irã porque o presidente Trump e seu gabinete de guerra não têm estratégia para lidar com as ameaças reais que Teerã representa aos interesses americanos", disse Markey. "Peço ao líder [do Senado] [Mitch] McConnell que traga para votação na próxima semana a emenda que exige a aprovação do Congresso de qualquer financiamento para um conflito no Irã".
O presidente dos EUA também disse que as atuais sanções econômicas dos EUA ao Irã estão funcionando e que os Estados Unidos acrescentaram mais na noite de quinta-feira. O Departamento do Tesouro dos EUA, no entanto, ainda não anunciou quaisquer novas sanções contra o Irã.
Na quinta-feira, o Corpo de Guardas da Revolução Islâmica disse que derrubaram o avião de vigilância dos EUA por violar o espaço aéreo do Irã, uma afirmação negada por Washington.
Mais cedo, o embaixador do Irã na ONU, Majid Takht Ravanchi, declarou em uma carta ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que o Irã pede que a comunidade internacional convide os EUA a pôr fim a medidas ilegais e desestabilizadoras no golfo Pérsico.
Trump inicialmente disse que o Irã cometeu "um grande erro", mas depois disse aos repórteres que duvidava que a queda do drone fosse intencional. Alguns legisladores dos EUA, no entanto, pediram para tomar medidas contra o Irã sobre o incidente.