O mercado automotivo da Argentina tem apresentado queda considerável no número de emplacamentos. Em maio, de acordo com a associação das concessionárias local (Acara), foram vendidas 36.770 unidades. O número é menos da metade dos 83.200 exemplares no mesmo período do ano passado.
Segundo Antônio Jorge Martins, economista, coordenador do curso de MBA em Gestão Estratégica de Empresas da Cadeia Automotiva da Fundação Getúlio Vargas (GGV), a saída mais provável será declarar lay off, que é o afastamento do funcionário por um prazo determinado, que vai de dois a cinco meses, em que ele continua à disposição da empresa.
A medida seria um remédio temporário para evitar demissões no futuro e para ver se economia da Argentina volta a crescer.
"Em princípio, pela perspectiva de retorno dessa situação mais na frente, eu diria que a medida mais adequada seria exatamente o lay off ou férias coletivas a serem adotadas pelos funcionários diretamente envolvidos nessa produção que está sendo temporariamente reduzida", disse em entrevista à Sputnik Brasil.
A Nissan adiou planos de criar um terceiro turno de trabalho na fábrica de Resende (RJ), previsto para 2020. A fábrica do grupo, inaugurada em 2014, já gastou aproximadamente R$ 3,34 bilhões e deve produzir este ano 125 mil veículos. O presidente da companhia no Brasil, Marco Silva, disse que os três turnos aumentariam a capacidade de produção para 200 mil unidades ao ano.
Cerca de 80% de toda a produção da Nissan que é exportada serve para abastecer o mercado argentino.
Lay off foi justamente a medida adotada pela Volkswagen, que deu férias coletivas de 20 dias em maio para parte dos operários da fábrica de Taubaté (SP).
"Os problemas que a Argentina hoje atravessa em termos de cenário da América Latina não teve uma solução tão rápida como se poderia esperar e isso obrigou as empresas a esperarem algum tempo. Como efetivamente acabou não se tendo resultado favorável nessa direção, as empresas acabam adotando medidas no sentido de compensar a queda de um mercado que de uma forma geral é importante", disse Antônio Jorge Martins.
Entre janeiro e maio, foram enviados 107 mil veículos para a Argentina, 54% menos do que as 233 mil unidades do mesmo período do ano passado.