Além disso, Teerã também afirmou que os norte-americanos haviam ignorado diversos alertas. Por sua vez, os EUA declararam que o drone voava sobre águas internacionais quando foi abatido.
O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, anunciou que os militares russos têm informações de que o drone norte-americano, que foi destruído, foi abatido no espaço aéreo iraniano, confirmando a informação fornecida por Teerã.
Investigação sobre o ataque aos petroleiros no Golfo de Omã
Patrushev também citou as acusações de Washington contra o Irã de ter supostamente atacado dois petroleiros, afirmando que a informação que os EUA apresentaram para provar a culpa dos iranianos era de baixa qualidade e antiprofissional, destacando que qualquer ataque, tanto por torpedo quanto por sabotagem, resultaria em diferentes danos nas embarcações.
"Nós precisamos conduzir uma investigação devida, para entender o que realmente aconteceu, ao invés de simplesmente apontar um culpado", afirmou Patrushev.
Além disso, Patrushev qualificou como "inaceitáveis" as tentativas dos EUA de apresentar o Irã como uma ameaça à região, em conjunto com o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países).
Dois petroleiros foram danificados durante uma sequência de detonações entre maio e junho no golfo de Omã, entretanto, nenhum deles naufragou. Imediatamente, os EUA acusaram o Irã de ter "atacado" os navios. Teerã nega o ataque e classifica o incidente como uma operação de falsa bandeira para culpá-lo.
Relações entre EUA e Irã
O assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, por sua vez, abordou a questão das relações bilaterais entre Washington e Teerã, que está cada vez pior, dizendo que o "silêncio" do Irã em relação às propostas norte-americanas para negociar "tem sido ensurdecedor".
"O presidente [dos EUA] manteve a porta aberta para negociações reais. Tudo que o Irã precisa é passar pela porta aberta", declarou Bolton.
As relações entre os dois países pioraram depois que Washington se retirou do acordo nuclear com o Irã e impôs sanções contra os setores de energia, bancário e naval de Teerã.
Incidente com drone norte-americano
O Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica abateu um drone norte-americano, que sobrevoava a região do estreito de Ormuz no último dia 20. Teerã anunciou que o drone havia violado o espaço aéreo e falhou em responder aos múltiplos alertas.
O Irã também anunciou que, ao mesmo tempo, suas forças detectaram um avião espião P-8 Poseidon, que também violou o espaço aéreo do país, mas preferiu não abatê-lo para evitar que houvesse vítimas fatais.
Os EUA insistem que o drone estava voando sobre águas neutras, quando foi abatido por mísseis iranianos, apresentando mapas, supostamente para provar sua alegação.
Washington planejou um ataque de retaliação contra o Irã em resposta ao incidente, mas o presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu cancelar o ataque faltando 10 minutos para iniciá-lo.
Trump anunciou que a estimativa de vítimas em razão de seus ataques seria muito alta, apenas para responder ao abatimento de uma aeronave não tripulada.