Segundo a ata do Copom, a diretoria do BC concluiu que “houve interrupção do processo de recuperação da economia brasileira nos últimos trimestres”. No primeiro trimestre deste ano, o PIB caiu 0,2%.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Luana Miranda, pesquisadora da área de Economia Aplicada do FGV IBRE, que o relatório do Copom aponta que o Brasil vai continuar com a economia estagnada.
"Uma economia estagnada é uma economia com crescimento muito próximo de zero, é uma economia com crescimento muito baixo e desemprego muito alto. O quadro geral da economia pode não ser um PIB no segundo trimestre de zero, mas é um quadro de estagnação, desde o segundo semestre do ano passado, nós estamos vivendo uma estagnação', afirmou.
A informação sobre o PIB consta da ata da última reunião do comitê, que decidiu, na semana passada, manter a Selic, pela décima vez seguida, em 6,5% ao ano.
Segundo o relatório, os próximos passos na definição da taxa básica de juros, a Selic, dependem da evolução da atividade econômica, das perspectivas e dos riscos relacionados à inflação.
Segundo Luana Miranda, o governo mostra que pretende estimular o crescimento a curto prazo.
"Parece que os próximos passos da política monetária, segundo essa ata divulgada hoje, é no sentido de uma política monetária mais estimulativa com o objetivo de empregar uma inflação na meta em 2019/2020 e de estimular o crescimento no curto prazo", afirmou.
O Copom avalia que, por um lado, o “nível de ociosidade elevado” da economia pode continuar produzindo trajetória prospectiva de inflação abaixo do esperado.
"Não consigo visualizar ainda um zero de crescimento no segundo trimestre, mas o quadro geral da economia é um quadro de estagnação", completou Luana Miranda.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em maio, o indicador fechou em 4,66% no acumulado de 12 meses.