Durante seu discurso no Clube Valdai de Discussões Internacionais, o ministro russo sublinhou que o aumento das tarifas de importação e as limitações do comércio global levarão à desaceleração do crescimento econômico global. Ao mesmo tempo, isso não fará baixar os preços.
Nova crise será diferente
"A crise vai ter outro caráter. É evidente que existe menos chances de crises financeiras, mas há maior possibilidade de eventos prolongados com crescimento baixo e alta inflação", revelou Oreshkin.
Ele sublinhou que os problemas na economia não estarão ligados com a falta de fundos próprios dos bancos ou problemas no setor financeiro.
"Trata-se de uma inversão do processo da globalização. É uma queda de eficiência da produção e produtividade por todo o mundo devido ao fato de as cadeias de valor acrescentado, que anteriormente estavam localizadas de maneira mais eficaz, estarem se tornando menos eficientes", explicou o ministro.
Conflito comercial sino-americano definirá vetor da economia global
Além disso, o ministro sublinhou que o vetor da economia mundial no próximo ano será determinado pela imprevisibilidade das negociações comerciais entre os EUA e a China.
As duas maiores economias do mundo – a China e os EUA – estão envolvidas em uma disputa comercial desde março de 2018. Em maio de 2019, as tensões se agravaram ainda mais, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu aumentar as tarifas de 10% para 25% sobre cerca de 200 bilhões de dólares (cerca de R$ 800 bilhões) em importações chinesas.
A China, por sua vez, também aumentou as suas tarifas sobre uma série de produtos estadunidenses no valor de 60 bilhões de dólares (cerca de R$ 230 bilhões) a partir de 1 de junho.