As conversações da União Europeia (UE) com o Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai –, o quarto maior bloco comercial do mundo, se intensificaram, com Bolsonaro dizendo neste mês que um acordo poderia ser assinado "em breve", enquanto a UE o chama de "prioridade número um".
No entanto, a UE se preocupa com uma possível onda de importações de carne bovina e a hesitação do Mercosul em relação à abertura de alguns setores industriais, como carros, fizeram com que prazos passados tivessem passado. Um acordo pode estar próximo, mas fora do alcance.
A França, em particular, está preocupada com o impacto, em sua vasta indústria agrícola, das importações sul-americanas que não teriam que respeitar as rigorosas regulamentações ambientais da UE.
"Se o Brasil deixar o acordo de Paris, no que nos diz respeito, não poderemos assinar um acordo comercial com eles", declarou Macron a repórteres no Japão antes de uma reunião do G20.
"Por uma simples razão. Estamos pedindo aos nossos agricultores que parem de usar pesticidas, estamos pedindo a nossas empresas que produzam menos carbono, que tenha um custo de competitividade", explicou.
"Então, não vamos dizer de um dia para o outro que vamos permitir a entrada de produtos de países que não respeitem nada disso", acrescentou.
No início deste ano, a França votou contra a abertura de negociações comerciais entre a UE e os Estados Unidos por causa da decisão de Washington de renunciar ao acordo climático de Paris.
No entanto, a medida francesa não impediu a abertura das negociações comerciais porque a maioria necessária dos países-membros da UE a apoiou. Não está claro se a França seria capaz de mobilizar outros países da UE se votasse contra um acordo do Mercosul.