O Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau de Pequim criticou a Grã-Bretanha, juntamente com os EUA e a União Europeia (UE), por sua posição sobre os protestos de Hong Kong nesta terça-feira.
A agência chinesa exigiu que "os países relevantes parem imediatamente de fazer declarações falsas e ações que prejudiquem a segurança nacional da China e a prosperidade e estabilidade de Hong Kong".
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Geng Shuang, entretanto, expressou "forte insatisfação e oposição resoluta à interferência grosseira de um país nos assuntos de Hong Kong e nos assuntos internos da China".
"Mais uma vez, alertamos [todos] os países a serem cuidadosos e a não interferirem nos assuntos internos de Hong Kong de forma alguma", declarou.
Geng havia declarado anteriormente que a Grã-Bretanha não tem "a chamada responsabilidade" por sua antiga colônia de Hong Kong e pediu que Londres "conheça seu lugar" e pare de se intrometer nas tensões de lá.
Mais de um milhão de pessoas começaram a marchar e realizar um protesto no centro de Hong Kong no final de junho, denunciando um projeto de lei que já havia sido suspenso e que permitiria a extradição de moradores para a China continental.
Os protestos pacíficos se transformaram em confrontos esporádicos com a polícia, que culminou na segunda-feira quando os manifestantes invadiram o prédio do Parlamento da cidade. A manifestação coincidiu com o aniversário da chegada da Grã-Bretanha a Hong Kong em 1997.
O secretário de Relações Exteriores britânico, Jeremy Hunt, apoiou os manifestantes, dizendo que o apoio de Londres à cidade e "suas liberdades são inabaláveis".
"Nenhuma violência é aceitável, mas as pessoas devem manter o direito ao protesto pacífico exercido dentro da lei, como centenas de milhares de pessoas corajosas mostraram hoje", escreveu Hunt no Twitter na segunda-feira.
Uma postura semelhante foi tomada por Washington. O presidente Donald Trump, que se reuniu com o líder chinês Xi Jinping no evento do G20 no Japão no fim de semana, afirmou que os manifestantes em Hong Kong estão "procurando democracia".
"Eu acho que a maioria das pessoas quer democracia. Infelizmente, alguns governos não querem democracia", alfinetou.
Já Bruxelas, cidade-sede da UE, pediu a todos os lados que "exercitem a moderação" e "se engajem em diálogo e consulta" para desarmar a crise.