"Espera-se que não produzam mais de 60 dessas armas hipersônicas, porque seu desenvolvimento está simplesmente provando ser muito caro", disse a fonte anônima à CNBC, supostamente familiarizada com um relatório dos serviços de inteligência.
A mídia indica que, no ano passado, Moscou estava procurando um fornecedor de fibra de carbono para isso, já que o material disponível na época não conseguia suportar altas temperaturas a tal velocidade.
"De acordo com um relatório da inteligência dos EUA há um mês, o Kremlin ainda não foi capaz de encontrar um material alternativo de fibra de carbono", escreve o canal.
Cálculos especulativos
Na opinião do cientista político Ivan Konovalov, os EUA não possuem nenhum número real sobre a produção de mísseis russos, estando apenas especulando.
"Na verdade, é óbvio que eles, naturalmente, não conhecem os números reais. Este número é inventado para mostrar aos cidadãos americanos que o Pentágono e os serviços secretos dos EUA não estão dormindo. A quantidade a ser produzida será determinada pela liderança militar e política da Rússia - talvez seja menos, talvez seja mais. Tenho a certeza que os EUA não possuem quaisquer números reais - estes são cálculos especulativos", ressalta o cientista político.
Konovalov também explica que, mesmo que o número sugerido pelo relatório americano fosse verdade, ainda assim isso seria o suficiente para prosseguir uma política de dissuasão nuclear.
"A presença de tal número de plataformas de combate como o Avangard irá resfriar o ardor de qualquer adversário potencial. Além disso, este sistema é suficientemente capaz de superar a defesa antimíssil, o que é compreensivelmente muito importante", concluiu o cientista político.
Rússia produz seus componentes
Para o analista russo Viktor Murakhovsky, as informações do relatório sobre a alegada falta de componentes (como a fibra de carbono), para os mísseis hipersônicos Avangard não corresponde à verdade.
A Rússia "não há nenhum problema em produzir revestimentos de blindagem térmica para naves espaciais ou mísseis balísticos e interceptores intercontinentais", explica o especialista.
Murakhovsky sublinha que o novo míssil recentemente testado, que voa à velocidade hipersônica nas camadas densas da atmosfera, prova que não existem quaisquer problemas com o revestimento destes mísseis.
Testes realizados com êxito
Em dezembro de 2018, o Ministério da Defesa da Rússia realizou com sucesso testes do sistema Avangard na região russa de Orenburg, atingindo um alvo localizado a cerca de seis mil quilômetros do local de lançamento.
O sistema Avangard está entre as armas cuja criação foi anunciada pelo presidente Vladimir Putin em 1º de março de 2018, durante seu discurso anual perante a Assembleia Federal.
O míssil é capaz de voar nas camadas densas da atmosfera com alcance intercontinental, enquanto sua velocidade é 20 vezes maior que a do som. A produção em série do Avangard foi anunciada em julho, enquanto sua colocação em serviço é esperada nos próximos meses.