"Mark Green, chefe da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), fez um discurso em Washington, com uma voz do passado – da época da Guerra Fria. Ele apresentou o conceito de 'Combate à influência maligna do Kremlin', desenvolvido por essa agência, cujo nome sugere que a USAID não visa criar uma atmosfera de cooperação no cenário mundial, mas um instrumento de luta ideológica e de processamento de propaganda", declarou à imprensa o Ministério das Relações Exteriores da Rússia neste sábado (6).
Acusando a estratégia de se destinar a espalhar "russofobia no mundo, especialmente entre os Estados vizinhos da Rússia", o ministério russo sugeriu que por trás do perigo imaginário de "interferência russa" está um "desejo de subordinar esses países à influência dos EUA", com os EUA buscando benefícios geopolíticos e econômicos, incluindo esforços "para forçar a Europa a comprar GNL americano mais caro".
O ministério russo sugeriu que o conteúdo do documento da USAID não corresponde ao "tom construtivo da recente reunião entre os presidentes Putin e Trump na Cúpula do G20 em Osaka", e argumentou que está claro que alguns "funcionários influentes em Washington tentaram com toda a força impedir a normalização das relações Rússia-EUA".
"Esta declaração tem por objetivo fazer pressão a favor dos interesses das elites americanas e de outros membros da OTAN que ganham dinheiro com o comércio de armas, que ganham com certas tecnologias de informação. Como resultado de tais declarações, surgem certos programas, e esses programas requerem financiamento", afirmou à Sputnik o primeiro vice-presidente da Comissão de Defesa da Duma, Aleksandr Sheryn.
Documento da nova política da USAID
Mais cedo, a USAID, a influente agência dos EUA encarregada de distribuir ajuda não militar e fornecer "ajuda ao desenvolvimento" a outros países, lançou o programa CMKI, contra o Kremlin, com o documento apresentando uma série de recomendações listadas sobre como os EUA podem reforçar uma "maior resiliência" à Rússia entre as nações parceiras.
Entre as recomendações do documento estão medidas para "contrariar os esforços para minar as instituições democráticas e o Estado de direito", "resistir à manipulação da informação" e "reduzir as vulnerabilidades energéticas e econômicas".
Política hostil contra Rússia
A estratégia engloba uma série de exemplos dos esforços da USAID na Ucrânia, Moldávia e Bálcãs nos últimos anos para combater a chamada "influência maligna do Kremlin" nessas áreas.
Esse documento da USAID faz parte de uma série de livros brancos e medidas legislativas de política hostil à Rússia que saíram de Washington nos últimos anos.
No início do mês, o Pentágono publicou um documento chamado "Intenções Estratégicas Russas", que ecoou as afirmações da USAID sobre a "influência maligna russa" e descreveu a alegada política russa de ameaçar, comprometer, coagir e desorientar os Estados através de meios militares, econômicos, de mídia, culturais e religiosos.