"Foi doloroso não ter resposta para Portugal", confessou o comissário europeu de Ajuda Humanitária e Gestão de Crise, Christos Stylianides.
A declaração foi dada nesta segunda-feira (8), em Madri. O comissário também afirmou que, na ocasião, telefonou para cada um dos governantes que integram a União Europeia com o intuito de conseguir ajuda para Portugal, conforme cita o Observador.
Perante o pedido de ajuda de Portugal, alguns países da UE afirmaram que precisavam de seus meios de combate a incêndios, enquanto que outros afirmaram não dispor dos meios na época dos incêndios.
"A minha angústia perante as respostas dos outros ministros, dizendo que não tinham meios", lamentou o comissário europeu perante a falta de colaboração, ressaltando que jamais esquecerá os incêndios que atingiram Portugal em outubro.
"Uma das situações mais dolorosas da minha vida foi não ter resposta para Portugal", completou.
Após a desastrosa reação da UE, o comissário decidiu criar um plano para reforçar a resposta europeia a situações de catástrofes, o rescUE, que tem como objetivo corrigir falhas de solidariedade e mobilização dos meios de combate a incêndios entre os países do bloco.
"Em 2017, não tivemos os meios suficientes para suprir as necessidades. Foi desesperador", afirmou Johannes Luchner, diretor do Serviço de Proteção Civil e de Operações de Ajuda Humanitária da União Europeia, desabafando que não irá se esquecer do episódio.
Incêndios atingem Portugal
Em 2016, Portugal também foi vítima de intensos incêndios que atingiram diversas regiões do país, tanto na parte continental quanto na ilha da Madeira.
Na ocasião, o governo português solicitou ajuda ao governo russo, que prontamente lançou uma ação coordenada do grupo aéreo internacional, que incluía aviões anfíbios russos Be-200, e do corpo local de bombeiros.
No total, dois aviões russos lançaram 444 toneladas de água nos focos de incêndio, conseguindo apagar mais de 50 incêndios e salvando quatro povoados e dois parques nacionais portugueses.