Para ser concretizado, o acordo ainda precisa ter aval das áreas jurídicas do governo dos dois países. Ele prevê a criaçao de unidades regionais de vigilância sanitária dos dois lados da fronteira.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Jonatan Barbosa, o pecuarista e presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), disse que o maior problema está no gado paraguaio vindo através de contrabando.
"Infelizmente existe contrabando de gado também. Quando o preço no Brasil está acima do preço do Paraguai eles tratam de vender seus produtos aqui pelo fundo da divisa para frigoríficos e outros especuladores do território brasileiro. E quando o preço está melhor do lado de lá, do Paraguai, o gado sai daqui e vai para lá", afirma.
Jonatan Barbosa justifica dizendo que o gado brasileiro já é vacinado quase em sua totalidade.
"O Brasil é muito rigoroso e para o ano que vem provavelmente não haverá mais a obrigação de vacinação [contra a febre aftosa]. O perigo é de lá para cá [do Paraguai para o Brasil]", afirmou.
A medida anunciada pelos dois países busca fortalecer a fiscalização na fronteira e faz parte do plano hemisférico de erradicação da febre aftosa e também inclui o registro de produtores e da população bovina que vive em um raio de 15 km da fronteira.
Os governos do Brasil e do Paraguai vão lançar um projeto de controle integrado para o monitoramento dos rebanhos, que será atualizado a cada quatro meses.
"Nós aqui no Brasil estamos a caminho talvez já no ano que vem de estarmos livres de vacinação, esse ano nós tivemos talvez o último período livre da aftosa com vacinação. mas para o ano que vem teremos que ter muito mais rigorosidade", disse Jonatan Barbosa justificando a necessidade de um acordo conjunto entre Brasil e Paraguai.
A ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, que estava presente no encontro, propôs a participação de outros países da região em um banco de vacinas que está sendo criado no Brasil contra a febre aftosa.
O acordo que ainda será assinado prevê a realização de encontros bilaterais também a cada quatro meses para avaliar as medidas de vigilâncias.