Com um peso superior a 30 toneladas, o mais recente arco de proteção tem como intuito substituir o antigo revestimento de aço construído após a tragédia de 1986 – considerado o maior acidente nuclear da história.
"O novo sarcófago foi colocado em funcionamento e entregue à Ucrânia", informou Anton Usov, o representante do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), um dos órgãos responsáveis pela execução do projeto.
Essa estrutura "servirá por ao menos 100 anos" e ajudará a resolver a tarefa de desmontar o revestimento original, disse Usov, especificando que a comunidade internacional arrecadou 1,5 bilhão de euros (6,4 bilhões de reais) para pôr em prática o projeto, dos quais 700 milhões de euros foram contribuídos pelo banco.
A antiga cobertura de concreto, de mil metros quadrados, já possui inúmeras rachaduras e foi substituído por um modelo moderno.
Atração turística e científica
Na quarta-feira (10), o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, anunciou durante a cerimônia de inauguração da nova estrutura a implementação de um "corredor verde" para turistas na zona de exclusão de Chernobyl, onde ocorreu o maior acidente nuclear da história. Dessa forma, os turistas poderão visitar livremente a região e até mesmo fazer vídeos sem restrições.
Zelensky anunciou planos de transformar o local em uma área aberta e um "ímã científico e turístico".
"Temos que transformar nosso problema em uma vantagem", disse ele, assegurando que o objetivo é "transformar a zona de exclusão em um dos pontos de crescimento da Ucrânia".
Maior tragédia nuclear
O maior desastre radioativo da história ocorreu na usina nuclear de Chernobyl, perto de Pripyat, cidade na Ucrânia soviética, em abril de 1986.
O acidente ocorreu durante um teste de segurança do 4ª reator da usina, liberando na atmosfera uma grande quantidade de material radioativo, e, consequentemente, contaminando Ucrânia, Bielorrússia, parte europeia da Rússia e alguns países do Leste Europeu.
Logo após o desastre, a União Soviética estabeleceu uma zona de exclusão sobre uma área de cerca de 1,6 mil km². Após 33 anos, a zona continua sendo a região mais contaminada do mundo.
A área se tornou uma grande atração turística, principalmente depois da polêmica série "Chernobyl" da HBO, recebendo diversas pessoas que vão ao local mesmo sem autorização oficial do governo ucraniano.