Caso realmente tenha ocorrido os supostos testes de mísseis da China na região do mar do Sul da China que estava fechada por um Aviso aos Aeronavegantes (NOTAM), então, isso teria sido uma mensagem clara aos EUA, afirma o analista de defesa e editor sênior da revista The Diplomat, Ankit Panda.
O analista também declarou que o míssil de médio alcance DF-21D ou uma versão antinavio do míssil de médio alcance DF-26 teria sido utilizado durante os supostos testes, além de ter sido um alerta aos norte-americanos sobre a capacidade e preparo da China, "para colocar em risco as embarcações norte-americanas nas águas disputadas".
Além disso, os asiáticos teriam mostrado aos norte-americanos que mesmo a carga útil convencional pode servir para anular a vantagem dos EUA.
Os mísseis chineses DF-21D e DF-26 possuem um alcance estimado de 1.500 e 4.000 quilômetros, respectivamente, o que serviria para manter os grupos norte-americanos vulneráveis na região.
"Uma das mensagens que o míssil pode ter tentado transmitir é que já é tarde demais para os EUA alcançarem um nível significativo", escreveu Panda.
No dia 2 de junho, durante um comunicado oficial sobre as reivindicações do lançamento de mísseis, um porta-voz do Pentágono afirmou que as ações chinesas eram "contrárias à sua pretensão de trazer paz à região" e que os "atos coercivos" como esses serviam para "intimidar" os vizinhos de Pequim.
O analista, por sua vez, acredita que, embora a "demonstração de capacidade" da China não fosse suficiente para dissuadir Washington em suas operações de "liberdade de navegação" na região estrategicamente importante, os testes "sublinharam que uma nova estratégia no mar do Sul da China está ganhando forma".
Entretanto, um porta-voz do Ministério da Defesa da China afirmou que havia organizado exercícios de tiro próximo à ilha de Hainan, mas enfatizou que os relatos de testes de mísseis "não estão de acordo com os fatos".
Vale destacar que a situação no mar do Sul da China é uma grande fonte de tensões entre Pequim e Washington. Além disso, a China, juntamente com outros países, como Filipinas, Vietnã, Brunei, Malásia, Indonésia e Taiwan reivindica por ilhas na região.
Enquanto que os EUA empreendem missões regulares de "liberdade de navegação", envolvendo navios de guerra para demonstrar que Washington não aceita as reivindicações chinesas.