Os cientistas flagraram a formação de uma lua naquele que se acredita ser o momento primordial desse corpo celeste.
A imagem captada pelo observatório ALMA mostra um disco vermelho rodeando o planeta, a uma distância de uns 370 anos-luz da Terra.
Esse círculo de poeira e gás, conhecido como disco circundante [é uma acumulação de partículas a partir da qual uma lua é formada], tem estrutura idêntica àquele que deu origem às luas de Júpiter.
A imagem do espaço surgiu quando cientistas utilizaram um conjunto de radiotelescópios para observar o planeta PDS 70 c, um gigante gasoso ainda em formação que está orbitando a estrela PDS 70.
📡#BreakingNews We detected moons forming outside our solar system, 370 light-years from Earth!✨Astronomers combined images from the @ESO VLT with ours. https://t.co/jYuSWOk7Fp #InSearchOfOurCosmicOrigins pic.twitter.com/lxW9ROnWkN
— ALMA Observatory (@almaobs) 11 de julho de 2019
Detectamos a formação de luas fora no nosso Sistema Solar, a 370 anos-luz da Terra! Os astrônomos combinaram diversas imagens do Observatório Europeu do Sul.
"É muito provável que haja ali luas com dimensões de um planeta se formando em volta [deste círculo de gás e poeira]", disse Andrea Isella, responsável pela investigação da Universidade Rice (EUA), em um comunicado.
Círculo de poeira e gás está na origem de formação dos planetas
"Os planetas se formam a partir de discos de gás e poeira em torno de estrelas recém-formadas e, se o planeta for suficientemente grande, ele poderá criar seu próprio disco assim que acumule material na sua órbita à volta da estrela", explicou Isella.
"Júpiter e as suas luas são como um pequeno sistema planetário dentro do nosso Sistema Solar, e se acredita que as luas do gigante gasoso se formaram a partir deste disco circundante nos primórdios de Júpiter".
A PDS 70 é uma estrela anã com três quartos da massa do nosso Sol, que foi identificada pela primeira vez através de imagens por infravermelhos. Ambos os planetas têm entre 5 a 10 vezes o tamanho de Júpiter.
O astrônomo Bruce Macintosh, da Universidade Stanford (EUA), disse que "é perfeitamente plausível que os planetas tenham discos gigantes que formem luas em torno deles", escreve jornal Mirror.
Esta descoberta tem sido aclamada como um marco importante na astronomia, sendo que é sabido que os discos circundantes duram apenas 10 milhões de anos, depois desfazem-se, o que significa que há mais de 4 bilhões de anos um destes discos teria existido no nosso Sistema Solar.