De acordo com o canal de notícias norte-americano CNN, citando dados divulgados pelo governo chinês, neste trimestre o produto interno bruto também caiu 0,2% em relação ao trimestre anterior.
Devido a isso, o presidente americano Donald Trump havia declarado que sua guerra tarifária com a China está funcionando e afirmou que suas medidas protecionistas levaram ao êxodo de empresas do gigante asiático.
'China já não precisa de ninguém'
Na opinião do autor do artigo, o jornalista russo Dmitry Kosiev, Washington tem pouco a comemorar com esse decrescimento econômico chinês.
"A guerra comercial dura quase um ano e meio e o que Washington conseguiu foi provocar uma queda de 0,2% no PIB", comenta o autor do artigo.
Segundo o analista, a economia chinesa já pode "existir independentemente" e não vale a pena ligar "uma desaceleração irrisória" com "a vitória das forças externas". O relatório publicado pela empresa de consultoria empresarial americana McKinsey & Company confirma a sua hipótese.
"O relatório descreve em detalhes não só que a China já não precisa de ninguém, mas também como todos precisam dela. Há uma longa lista e classificação de países que têm absoluta necessidade de vender matérias-primas ao novo gigante asiático, ou estão ligados por cadeias de produção, ou tornaram-se beneficiários de investimentos", resume brevemente o colunista a essência geral do documento.
A mídia do país asiático destaca que, para compreender o que está realmente a acontecer na economia chinesa, temos de olhar para o seu progresso de um ponto de vista mais amplo, que vá além do crescimento do PIB.
Em junho de 2019, as vendas no varejo aumentaram 9,8% (em comparação com o mesmo mês de 2018).
O jornal Global Times informa que o número de trabalhadores na China é superior ao dos EUA e da União Europeia e, como resultado disso, a classe média está crescendo rapidamente.
Segredo do sucesso econômico asiático
Para Kosiev, é necessário entender o papel que Pequim desempenhou no sistema econômico do passado, para compreender de fato as conquistas chinesas.
"Recordemos como eram as coisas em meados do século passado: vários países ricos e uma periferia considerável, principalmente de antigas colônias. Parecia que o abismo entre eles era para sempre. Mas depois aconteceu o milagre econômico japonês, que foi então repetido por todo um conjunto de pequenos "tigres asiáticos": Singapura, Taiwan, Coreia do Sul, Malásia. E então a China escolheu o mesmo caminho", explica o colunista.
Diferentes economistas acreditavam que a única receita para o sucesso do gigante asiático era trabalhar para outros Estados.
Por maior que fosse a sua população, território ou recursos, o importante era produzir e vender bens da qualidade necessária para o grande patrão, seu antigo proprietário colonial ou as grandes potências mundiais.
"E agora acontece que havia uma situação temporária e de transição - da perversão chamada ‘colonialismo’ à normalidade", conclui.