O Brasil sediou nesta sexta-feira (26) a terceira reunião avulsa entre os chanceleres do BRICS.
"Foi uma reunião produtiva e debate denso sobre questões nacionais internacionais e também sobre o processo de votação dentro do agrupamento do BRICS", destacou Araújo.
Durante a entrevista coletiva, o ministro voltou a defender a nomeação de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, mas descartou a possibilidade de uma intervenção militar no país sul-americano.
"Nós temos uma ação diplomática na Venezuela. O Grupo de Lima não tem nada de intervenção é uma ação de apoio ao governo [de Juan Guaidó]", disse Araújo.
A declaração do ministro veio após uma discordância entre Araújo e o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, durante a reunião dos chanceleres do BRICS.
Araújo defendeu uma interferência externa no país em apoio a Juan Guaidó. Já Lavrov, em oposição a Araújo, se posicionou contrário a uma intervenção estrangeira no país e defendeu a soberania do povo venezuelano.
Araújo minimizou a diferença e disse que Rússia e Brasil podem trabalhar juntos em discussões sobre a Venezuela.
"Com base no esforço de aproximação mutua, há sim a possibilidade de uma aproximação de países que não veem exatamente a questão da mesma maneira", disse o ministro brasileiro durante entrevista coletiva.
Desde 2006, os chanceleres do BRICS reúnem-se anualmente à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas para discutir os principais temas da agenda global. Em 2008, a Rússia sediou um encontro avulso ("stand alone") de chanceleres do BRICS.
A prática, adicional à reunião à margem da Assembleia Geral da ONU, foi retomada em 2017 pela presidência chinesa do agrupamento e repetida em 2018, em Pretória, e neste ano o Brasil seguiu a prática e sediou o terceiro encontro avulso dos chanceleres do bloco.
O principal encontro da presidência de turno será a 11ª Cúpula do BRICS, que acontecerá em Brasília entre os dias 13 e 14 de novembro deste ano. Todos os líderes confirmaram participação na reunião.