O almirante Faller acrescentou que o navio USNS Comfort passaria ao largo da costa nordestina da Venezuela quando a embarcação estiver a caminho de Trinidad e Tobago após sua parada planejada no Panamá, escreveu a Bloomberg na sexta-feira (26).
Essa declaração se seguiu ao comentário do vice-presidente do Partido Socialista venezuelano, Diosdado Cabello, que disse que não descartava que os fuzileiros americanos "possivelmente" entrariam na Venezuela, que ele descreveu como um país sul-americano "pequeno e muito humilde".
"O problema deles será sair da Venezuela", disse Cabello durante a 25ª edição do Foro de São Paulo, que está acontecendo em Caracas.
Neste sábado (27), o Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (CEOFANB) da Venezuela, informou que aviões espiões americanos entraram novamente no espaço aéreo venezuelano, sendo este o último de uma série de incidentes desse tipo nos últimos sete meses.
"Os Estados Unidos continuam a insultar abertamente o nosso país", acrescentou o CEOFANB.
Série de incidentes
A declaração foi precedida por um relato do Ministério da Defesa venezuelano no dia 21 de julho sobre que um avião espião americano EP-3E entrou ilegalmente no espaço aéreo venezuelano. De acordo com o ministério, a aeronave americana "mudou de rumo e deixou a área" depois que vários aviões de guerra venezuelanos foram colocados no ar para interceptá-la.
O Comando Sul dos EUA, por sua vez, acusou um caça Su-30 da Força Aérea venezuelana de seguir "agressivamente" um avião espião americano, acusando também o Su-30 de "pôr em risco a tripulação e a aeronave" sobre o que o departamento de segurança americano descreveu como "espaço aéreo internacional".
Em resposta, o ministro das Comunicações da Venezuela, Jorge Rodríguez, disse a repórteres que aeronaves de reconhecimento americanas haviam violado o espaço aéreo venezuelano pela segunda vez em um período de três dias, acrescentando que as aeronaves americanas violaram o espaço aéreo da Venezuela 78 vezes desde o início deste ano.
Impasse político venezuelano
Os acontecimentos ocorrem em meio ao atual impasse político na Venezuela, que se intensificou em janeiro, quando o líder da oposição do país, Juan Guaidó, proclamou-se presidente interino em uma tentativa de depor o presidente venezuelano Nicolás Maduro após sua reeleição.
Enquanto os EUA e seus aliados na região reconheceram Guaidó, a Rússia e a China, assim como vários outros países, manifestaram seu apoio a Maduro como o único presidente legítimo da Venezuela.