Quando o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC) derrubou um drone militar estadunidense no estreito de Ormuz em junho passado, Teerã alegou que o aparelho não tripulado tinha violado o espaço aéreo do país e que as forças terrestres teriam avisado o drone antes de o abaterem com um míssil superfície-ar.
Embora o Comando Central das Forças Armadas dos EUA (CENTCOM) tenha repetidamente afirmado que o drone se encontrada sobre águas internacionais, agora o Comando está colocando em dúvida as alegações das forças iranianas terem avisado os EUA antes dispararem contra o drone.
Bill Urban disse ao portal Military.com em uma troca de e-mails na terça-feira (30) que o CENTCOM têm registros de "seis ocasiões diferentes em que estações de defesa aérea iranianas consultaram ou avisaram aeronaves americanas e [veículos aéreos não tripulados] no canal de rádio internacional de defesa", mas que "nenhuma foi registrada ou relatada pelo RQ-4, que foi abatido no espaço aéreo internacional nas proximidades do estreito de Ormuz, e nenhuma foi recebida, relatada ou registrada por qualquer outra aeronave no momento da derrubada".
"Nós não temos conhecimento de quaisquer tentativas por parte do Irã de avisar as forças dos EUA ou o quartel-general antes de terem executado a derrubada do RQ-4", disse o porta-voz.
Majid Takht Ravanchi, o embaixador iraniano das Nações Unidas, disse em uma carta datada de 21 de junho para o secretário-geral António Guterres (obtida pela Sputnik) que o VANT estava operando em "modo completamente furtivo" e, apesar dos repetidos avisos de rádio, ele entrou no espaço aéreo iraniano", altura em que a defesa antiaérea iraniana "alvejou a aeronave intrusa".
O porta-voz do CENTCOM não fez nenhum tipo de comentários sobre se as forças terrestres iranianas tinham alertado a aeronave de guerra eletrônica P-8 Poseidon que estava acompanhando o drone Global Hawk durante o voo.