Apesar de o tratado ter oficialmente terminado em 2 de agosto , o bloco militar não "quer uma nova corrida armamentista", afirmou Stoltenberg, ressaltando que isso poderia ser evitado.
"[...]Estamos trabalhando em relação a diferentes elementos. Eu os mencionei, há os exercícios, a inteligência, mas também a defesa aérea e de mísseis, bem como as capacidades convencionais [...]", ressaltou o secretário-geral.
Ele também afirmou que a OTAN está convencida de que é possível chegar a um acordo sobre um novo tratado com a Rússia após o colapso do INF, assinado pela União Soviética e pelos EUA em 1987.
"Os aliados estão firmemente empenhados na preservação de um controle internacional eficaz dos armamentos, no desarmamento e na não proliferação [...]", declarou o secretário-geral da aliança.
O Tratado INF, que não permitia a utilização de mísseis nucleares de baseamento terrestre com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros, deixou de estar em vigor a partir de hoje, 2 de agosto, por iniciativa norte-americana, informou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia nesta sexta-feira.
"Em 2 de agosto de 2019, o tratado entre a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e os Estados Unidos da América sobre a eliminação dos mísseis de curto e médio alcance, assinado em Washington em 8 de dezembro de 1987, foi revogado por iniciativa norte-americana".
Em outubro de 2018, Washington anunciou sua intenção de abandonar o tratado, alegando que a Rússia havia violado o acordo.
Stoltenberg e a entrega dos sistemas russos à Turquia
A questão dos sistemas de defesa antiaérea russos S-400 entregues à Turquia no último mês também foi abordada na coletiva, tendo Stoltenberg enfatizado que o equipamento russo não será integrado em nenhum dos sistemas de defesa da aliança.
"Não há planos para a integração dos S-400 russos em qualquer sistema de defesa antiaérea e antimíssil da OTAN".
Ancara recebeu o primeiro lote dos sistemas russos S-400 no último mês, apesar dos constantes alertas de Washington para abandonar o acordo com Moscou.
Os EUA e a aliança têm manifestado repetidamente suas preocupações quanto ao fato de os S-400 serem incompatíveis com os equipamentos militares da OTAN e afirmado que eles põem os caças F-35 em perigo. De acordo com Washington e Bruxelas, a compra simultânea por Ancara dos F-35 e dos S-400 forneceria alegadamente aos especialistas russos informações fundamentais sobre dados confidenciais relacionados com a tecnologia do avião.