De acordo com o jornal, a classe de bombardeiros, que já tem capacidade de ataque nuclear e é capaz de transportar tanto mísseis antinavio quanto mísseis de cruzeiro de ataque ao solo, provavelmente será equipada com os mísseis hipersônicos que estão atualmente em teste, o que lhes permitirá "devastar a capacidade de combate do inimigo mesmo antes que a guerra esteja completamente em curso".
Os mísseis, segundo o Global Times, serão capazes de destruir a infraestrutura inimiga até 3.000 km de distância em poucos minutos, o que significa, teoricamente, que um H-6K voando em algum lugar do mar da China Oriental poderia facilmente atacar Guam, enquanto um bombardeiro sobrevoando os territórios reivindicados por Pequim no mar do Sul da China poderia atingir o norte da Austrália, se necessário.
Ataque de longo alcance
Em entrevista ao Global Times, Wang Yanan, editor-chefe da revista chinesa Aerospace Knowledge, disse que a velocidade relativamente lenta do H-6K e a ausência de furtividade são mais do que compensadas por sua capacidade de ataque de longo alcance.
"O H-6K pode permanecer dentro de uma zona segura, lançando seus mísseis que podem atingir alvos a 2.000 quilômetros de distância", explicou Wang, dizendo que até mesmo os mísseis existentes são difíceis de interceptar devido às suas características furtivas.
"Com a China desenvolvendo armas hipersônicas nos últimos anos, seu alcance e velocidade de ataque podem tornar-se ainda maiores do que de um míssil de cruzeiro convencional, potencialmente capazes de eliminar alvos em territórios hostis a 3.000 quilômetros de distância em apenas alguns minutos", acrescentou Wang.
O especialista em aviação calculou que, com cada H-6K capaz de transportar até seis desses mísseis, um esquadrão de 10 bombardeiros poderia atingir até 60 pontos estratégicos inimigos.
'Combinação mortal'
Além disso, disse Wang, uma frota de H-6K acompanhada de aviões Chengdu J-20, o novo caça furtivo da China, poderia ser uma combinação particularmente mortal, com os caças destruindo aviões de alerta precoce e aviões-tanque inimigos, enquanto os H-6K "queimariam centros terrestres, como centros de comando e posições de mísseis".
Na semana passada, o chefe do Pentágono, Mark Esper, disse que, após a retirada de Washington do Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário com a Rússia (INF), os EUA estavam tentando implantar mísseis terrestres de alcance intermediário na região do Indo-Pacífico para desafiar a suposta superioridade estratégica da China.
O H-6K tem um alcance estimado de até 6.000 km e capacidade de reabastecimento aéreo. A Força Aérea e a Marinha do Exército Popular de Libertação têm pelo menos 180 H-6 de várias modificações em seus arsenais.