Há poucos dias, o presidente estadunidense Donald Trump anunciou sua intenção de impor novas tarifas sobre mercadorias chinesas avaliadas em US$ 300 bilhões.
Esta decisão vem pouco tempo depois de o presidente do EUA ter responsabilizado a China de manipular a sua moeda.
Pequim tem estado comprando ouro por 8 meses consecutivos, tendo adicionado 10 toneladas do metal precioso às suas reversas só durante o mês passado, segundo relata a Bloomberg.
A China adquiriu 94 toneladas de lingotes de ouro, considerado um ativo seguro para investimento.
De acordo com o Banco Popular da China, as reservas do metal precioso do país atingem cerca de 1.945 toneladas, o que equivale a cerca de US$90 bilhões (R$ 355,3 bilhões) aos preços correntes de aproximadamente US$ 1.500 (R$ 5,921) por onça.
Enquanto isso, o preço do ouro atingiu o seu valor máximo nos últimos 6 anos devido ao abrandamento da economia mundial, com os bancos centrais reduzindo as taxas de juro.
Como os analistas da Societe Generale apontam, a China tem vindo a comprar ouro regularmente para diversificar as suas reservas, se afastar da moeda americana e se proteger contra os riscos da guerra comercial.
"A crescente ameaça de uma guerra cambial registrada nos últimos dias poderá aumentar esta dinâmica, revelando uma demanda global pelo ouro", disse o grupo de analistas.
Estas afirmações foram confirmadas pelo diretor executivo do mercado de commodities do banco de investimento BMO Capital Markets, Colin Hamilton, afirmando que a decisão do Banco Popular da China demostra esforços de desdolarização.
"Ao nível do Banco Central, [a mudança] é definitivamente a desdolarização", disse Hamilton à Kitco News.
Para além da China, o Banco Central da Rússia já adquiriu 96,4 toneladas de ouro desde janeiro deste ano, confirmando que, até o primeiro de julho, as reservas totais de ouro atingiram o valor de US$ 100,3 bilhões (R$ 379,5 bilhões). Só no mês de junho, o país adicionou mais 18 toneladas às suas reservas, chegando a um total de 2.208 toneladas.