Argentinos já começaram a decidir hoje quem continua na disputa eleitoral. A cada quatro anos os argentinos decidem durante as prévias quem deve competir nas eleições nacionais. Tal evento se dá no mês de agosto após ter sido aprovado por lei em 2009. Eleições se darão no dia 27 de outubro.
No entanto, as primárias servem mais para mostrar a intenção de voto dos argentinos do que selar o destino dos candidatos.
O que se decide na votação?
Enquanto o país vive momentos difíceis, dois candidatos polarizam a eleição. De um lado o atual presidente, Mauricio Macri, e do outro Alberto Fernández, tendo Cristina Fernández Kirchner, presidente entre 2003 e 2015, como sua vice-presidente.
A chapa de Alberto defende maior intervenção do Estado na economia, ao passo que Macri tem gerenciado sua política econômica com base em princípios liberais.
Fora da esfera presidencial, deputados e senadores terão seus nomes decididos nas primárias, sendo os senadores nacionais apenas votados na cidade de Buenos Aires, Chaco, Entre Ríos, Neuquén, Río Negro, Salta, Santiago del Estero e Tierra del Fuego.
Na cidade de Buenos Aires, serão eleitos o chefe do governo e legisladores locais. Já na província de Buenos Aires será votado o governador, deputados provinciais, prefeitos e vereadores. Já em Catamarca as eleições incluem o governador junto com deputados e senadores provinciais.
Durante o pleito, o mais importante é conseguir mais de 1,5% dos votos, caso contrário o candidato fica fora das eleições.
Quem deve votar?
Todos os cidadãos que tenham entre 17 e 70 anos deverão participar do sufrágio, podendo não votar caso estejam a mais de 500 km do seu local de votação, doentes ou impossibilitados, envolvidos no serviço eleitoral ou juízes que devam trabalhar no dia das eleições.
Também estarão desobrigados de votar os cidadãos argentinos no exterior. Todos os que tiverem entre 16 e 17 anos ou mais de 70 podem optar por não votar, se assim desejarem.
No total, a Argentina tem 32.064.323 eleitores aptos para votar. Os maiores colégios eleitorais são as províncias de Buenos Aires e Córdoba, tendo a primeira 11.867.979 eleitores e a segunda 2.783.122.
Como ganhar a eleição?
Pelas leis do país, o candidato a presidente vencedor deve somar pelos menos 45% dos votos ou ter 40% junto com uma diferença de 10 pontos do candidato em segundo lugar. Caso isso não ocorra, os candidatos vão para um segundo turno.
Principais candidatos
Atualmente, os governistas são encabeçados pelo presidente Mauricio Macri, acompanhado do senador Miguel Ángel Pichetto para vice-presidente, representando a aliança Juntos por el Cambio.
A aliança Frente de Todos, da oposição, é liderada por Alberto Fernández e sua vice – Cristina Fernández de Kirchner. Alberto Fernández foi chefe de gabinete (2003-2008) de Cristina Kirchner quando esta era ainda presidente.
O Consenso Federal 2030 é outra das alianças políticas a participar das eleições. Liderada por Roberto Lavagna, ex-ministro de Néstor Kirchner, ela surgiu em 2018 da fusão das alianças peronistas Consenso 2019 e a Alternativa Federal. Lavagna tem como vice Juan Manuel Urtubey, atual governador de Salta.
Na esquerda os argentinos têm a Frente de Izquierda Unidad, representada por Nicolás del Caño e sua vice Romina del Plá.
Ainda na corrida presidencial participa Manuela Castañeira (34), a pré-candidata mais jovem de todos os concorrentes e que representa o Nuevo MAS.
Tendo o maior número de eleitores, a província de Buenos Aires, contendo 37% do eleitorado, é o centro das atenções.
Disputam o poder ali a atual governadora María Eugenia Vidal, da Juntos por el Cambio, e Alex Kicillof, ex-ministro da economia de Cristina Kirchner, pela Frente de Todos.