Qual a probabilidade de China fazer parte da coalizão dos EUA no golfo Pérsico?

© AFP 2023 / EBRAHIM NOROOZI / JAMEJAM ONLINEOs navios iranianos fazem parte nas manobras no estreito de Ormuz (Uma foto de arquivo)
Os navios iranianos fazem parte nas manobras no estreito de Ormuz (Uma foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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China avalia a possibilidade de escoltar suas embarcações comerciais no golfo Pérsico como parte de uma coalizão naval proposta pelos Estados Unidos para garantir a passagem segura de petroleiros pela região.

Embaixador da China nos Emirados Árabes Unidos, Ni Jian, disse à Reuters que "se ocorrer uma situação muito insegura, iremos considerar que a nossa Marinha escolte os nossos navios comerciais [...] Estamos analisando a proposta dos EUA para organização de escoltas no golfo Pérsico".

EUA começaram a exercer pressão sobre outras nações para participarem de uma coalizão de segurança marítima após o aumento das tensões com o Irã no estreito de Ormuz.

Até agora, o Reino Unido anunciou sua participação na missão proposta pelos EUA no golfo Pérsico, enquanto a França e Alemanha descartaram a possibilidade de participação da estratégia norte-americana.

Especialistas consideram que é possível que a China envie navios para o golfo Pérsico. No entanto, eles pensam que a medida seja pouco provável, já que a China tem laços econômicos estreitos com o Irã e outros países da região.

O diretor do Comitê de Assuntos Exteriores do Conselho da Federação (câmara alta do parlamento da Rússia), Konstantin Kosachev, não exclui a possibilidade de os navios de guerra chineses começarem realmente a circular no golfo Pérsico, já que o país asiático é soberano e "tem interesses e capacidade de exercer o seu poder naval em várias partes do mundo". Mas o político tem dúvidas que a China faça isso ao lado dos EUA.

"Ficaria muito surpreendido se a China se unisse à coalizão estadunidense. A ideia de sua criação [da coalizão] é muito duvidosa. Se não me engano, tem havido confusão a este respeito até entre os aliados dos EUA. É extremamente improvável que os chineses se envolvam neste tipo de interação com os EUA, um rival político ou até mesmo um adversário", disse Kosachev ao jornal Vzglyad.

Para o investigador do Instituto do Extremo Oriente da Academia de Ciências da Rússia Vasily Kashin, a posição dos EUA em relação ao Irã é contrária aos interesses chineses.

"A forma como os estadunidenses se comportam em relação ao Irã afeta os interesses econômicos da China. Afinal de contas, Pequim tem um volume significativo de comércio com o Irã, um grande volume de investimentos neste país [...] A China é um dos parceiros econômicos principais do Oriente Médio, uma fonte de seus investimentos. A China tem investido aqui mais dinheiro que ninguém", disse Kashin. 

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