Rússia e China estão expandindo influência na África, alertaram generais do Pentágono os legisladores americanos, relata The Intercept.
Em uma declaração escrita aos congressistas e falando em audiências do Comitê do Senado, o atual e o ex-chefe do Comando Africano dos EUA, Stephen Townsend e Thomas Waldhauser, respectivamente, destacaram que a Rússia e a China estão ativamente construindo laços econômicos, diplomáticos e culturais com pelo menos dez países africanos.
Os generais notaram o crescimento dos negócios da Rússia com países africanos, a execução de projetos nos setores de energia nuclear e de petróleo e gás, e o crescente comércio de armas. Na opinião dos generais, a China pretende construir uma série de bases militares no continente em breve.
Townsend e Waldhauser pediram aos EUA que cooperem com os países africanos para impedir que Rússia e China usem portos, bases ou espaço aéreo do continente, destacou o portal.
Influência perdida
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o cientista político Vladimir Kireev comentou as conclusões do Pentágono.
"Pentágono e EUA perderam a chance [de influenciar] o continente africano desta vez. Há 15 anos, a influência dos EUA, da Reino Unido e da França no continente era quase absoluta. E, literalmente, nos últimos anos, a China e a Rússia tiraram a África do caminho dos americanos e europeus", disse Kireev.
De acordo com o especialista, a China está ganhando influência no continente africano através de investimento direto, enquanto a Rússia foi ganhando a confiança em terras africanas de uma forma mais "elegante": "resolvendo problemas de países africanos" com especialistas militares, civis e técnicos.
"Agora a África é o continente que mais cresce em termos populacionais, possuindo grande quantidade de recursos e um mercado em crescimento. É um dos continentes, que com bases militares nele, de onde podem ser controlados os fluxos de tráfego para outras partes do mundo, e as ações estratégico-militares", concluiu Kireev.