Os geoglifos teriam como propósito o culto das culturas pré-hispânicas à água, afirmou o arqueólogo Luis Villegas, diretor do projeto de pesquisa que fez a descoberta.
"Em pampa foram identificadas aproximadamente 200 áreas arqueológicas, entre caminhos, petróglifos, geoglifos, terraplanagens agrícolas, que acreditamos que foram utilizados como uma forma de culto à água", afirmou.
Pampa de Majes é um deserto na zona costeira de Arequipa, onde as pesquisas ocorrem desde 2015 como parte de um estudo do impacto ambiental da empresa de mineração Zafranal, que tentava certificar a inexistência de restos arqueológicos na área.
Esses geoglifos são de um período entre os anos 500 a.C. e 500 d.C., correspondendo à cultura Majes-Siguas e Nazca.
"Encontramos 11 tipos de geoglifos. Os mais abundantes são os que possuem forma de ziguezague, mesmo que haja representações zoomorfas, antropomorfas e campos varridos", explicou Villegas.
O especialista também argumentou que, no início da cultura Nazca, houve mudanças climáticas fortes que provocaram avalanches, por isso, as sociedades antigas de Majes estavam expressando o enfrentamento da natureza e os geoglifos poderiam fazer parte disso.