Muitas dessas tecnologias interessantes permaneceram em forma de desenhos ou protótipos individuais.
Tanque 'disco voador'
Durante os anos da Guerra Fria, tanto a URSS como os EUA tentaram criar um tanque pesado capaz de lutar até mesmo no epicentro de uma explosão nuclear.
O Objeto 279 soviético, desenvolvido em Leningrado, ainda hoje surpreende devido ao formato de seu corpo "esticado", semelhaste a um barco ou a um disco voador, que impediria que o tanque fosse virado pela onda de choque de um ataque nuclear.
Outra característica é que o veículo de combate era movido por um chassi com quatro lagartas, o que não se praticava na construção de tanques, possibilitando que o Objeto 279 ultrapassasse áreas difíceis para os tanques convencionais, como áreas cobertas de neve ou terrenos pantanosos.
O projeto não foi levado avante devido às dificuldades de manutenção, reparo e de produção em série.
O único exemplar do tanque é apresentado na exposição do Museu de Veículos e Equipamentos Blindados em Kubinka, perto de Moscou.
Tanque com asas
Outro projeto ousado foi o tanque voador com rodas e lagartas MAS-1, desenvolvido em 1937 com base no tanque leve BT-7.
O veículo, que pesaria 4,5 toneladas, distinguia-se pela sua grande originalidade: forma aerodinâmica do corpo e a presença de dispositivos dobráveis para ultrapassar obstáculos pelo ar, que incluíam asas retráteis em forma direita e estabilizadores de cauda.
O armamento do MAS-1 era uma metralhadora pesada de 12,7 milímetros na torre e uma metralhadora de 7,62 milímetros adaptada para disparar através do canal do eixo da hélice.
Uma maquete de madeira foi feita, mas o projeto foi encerrado por não ser prometedor, sendo considerado muito complexo para produção em massa. Além disso, a aerodinâmica não era suficiente para assegurar um voo estável.
Tanque do pântano
Em 1937, especialistas soviéticos apresentaram o projeto de um tanque conhecido nos documentos como "Tanque anfíbio voador”, que deveria ser usado para operações de combate em terrenos pantanosos e arenosos.
O design era baseado na primeira lancha hovercraft (veículo apoiado em colchão de ar) L-1 do mundo, criado em 1934 com a mesma seção do casco em forma de U invertido.
De acordo com o projeto, na frente e na parte de trás do tanque ficavam instaladas duas hélices, que eram alimentadas por dois motores de avião M-25 com uma potência total de 1.450 cavalos.
Eles deveriam permitir que o veículo, que pesava 8,5 toneladas, obtivesse uma velocidade de até 250 quilômetros por hora a uma altura de 20-25 centímetros. O tanque seria equipado com uma metralhadora DT de 7,62 mm.
Apenas um modelo do tanque foi feito, pois o país estava se preparando para uma grande guerra e a indústria de defesa estava ocupada com veículos blindados mais tradicionais.
Veículo autopropulsado SU-100-Y
Em 1940, os especialistas soviéticos fizeram um teste bem-sucedido da instalação de um canhão naval B-13-IIs, de 130 mm, em um chassi terrestre.
O canhão, concebido para cruzadores e poderosas baterias costeiras, foi instalado no chassi do protótipo do tanque pesado T-100 que, em vez de duas torres padrão, foi equipado com uma cabina blindada em forma de cunha.
O veículo autopropulsado foi designado SU-100-Y, sua peça fornecia ao projétil uma velocidade inicial de mais de 800 metros por segundo e permitia disparar a uma distância de cerca de 20 quilômetros.
Embora não tenha tido tempo de entrar na fase ativa da guerra contra a Finlândia, a peça autopropulsada foi testada contra os restos da linha defensiva finlandesa, destruindo fortificações com tiro tenso de longo alcance.
O único protótipo existente desse veículo está guardado no Museu de Veículos e Equipamentos Blindados em Kubinka, perto de Moscou.
Sistema laser autopropulsado 1K17 Szhatie
No final dos anos de 1980, especialistas soviéticos desenvolveram o sistema laser autopropulsado 1K17 Szhatie, instalado sobre um chassi do morteiro autopropulsado Msta-S e concebido para neutralizar dispositivos optoeletrônicos inimigos.
A torre do veículo autopropulsado foi significativamente aumentada para acomodar o equipamento optoeletrônico. Na parte da frente, em vez do canhão, foi instalada uma unidade óptica de 15 lentes.
O sistema era capaz de atingir o alvo com raios de diferentes comprimentos de onda. Já os geradores de laser tinham de ser alimentados por um motor auxiliar autônomo localizada na parte de trás da torre.
Após o colapso da União Soviética, os consequentes cortes massivos no financiamento da defesa impediram que o projeto fosse para frente.
O único exemplar do Szhatie é mantido em um museu militar em uma vila perto de Moscou.