A Amazônia registra em 2019 sua maior onda de queimadas dos últimos cinco anos. A cifra é de levantamento do Instituto de Pesquisas Ambiental da Amazônia (IPAM) com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Foram 71.497 focos de incêndio entre os dias 1 de janeiro e 18 de agosto deste ano, número 82% maior do que o registrado no mesmo período de 2018.
O fogo ganhou repercussão internacional e foi discutido na cúpula do G7, que foi encerrada nesta segunda-feira (26). O presidente francês, Emmanuel Macron, trocou farpas com Bolsonaro sobre o assunto e a cúpula do G7 prometeu enviar 20 milhões de euros (cerca de R$ 90 milhões) de ajuda emergencial para combatar as queimadas.
Justamente por conta da repercussão internacional, o incêndio na Amazônia é a maior crise já enfrentada por Bolsonaro desde sua posse em janeiro, diz Carvalhido. O professor da Universidade Veiga de Almeida defende que a postura brasileira pode prejudicar contratos do agronegócio no exterior, atrasar a aprovação do acordo entre União Europeia e Mercosul e afastar eleitores de Bolsonaro.
"Parte do eleitorado que votou no Bolsonaro hoje vê nele um discurso muito radical", diz.
Pesquisa divulgada nesta segunda mostra que a gestão presidencial é desaprovada por 39,5% dos brasileiros, enquanto em janeiro esse número era de 19%.
O professor também lamentou o comentário de Bolsonaro sobre a esposa do presidente francês, Brigitte Macron.
"Do ponto de vista da política cotidiana, é lamentável. Quando você parte para uma discussão pública que começa a usar questões privadas, significa que o tom da conversa não vai bem, afirma Carvalhido.