Em suas visitas, o Irã havia recebido o apoio diplomático sobre a tensão com os EUA. Desta vez, os iranianos pretendem se aproximar ainda mais da China.
Durante a cúpula do G7 em Biarritz, foi observado que o Irã possuía a intenção de coordenar as exportações de pelo menos 700 mil barris de petróleo por dia, em troca de um tratado para manter o acordo nuclear de 2015. Entretanto, tanto a China quanto a Índia estão entre os destinatários do petróleo iraniano que pode ser excluído das sanções norte-americanas.
Contudo, Irina Fedorova, do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia, não descartou a possibilidade.
"A julgar pelo fato de existirem intensas negociações diplomáticas entre países europeus e Irã, e entre países europeus e EUA, não podemos excluir a possibilidade de o Irã obter algum afrouxamento. Os países europeus estão interessados em manter o acordo nuclear.
Convidar o Irã para o G7 demonstra o interesse europeu e iraniano em manter o comércio de petróleo", afirmou Irina Fedorova.
"É claro que as negociações de Zarif em Pequim serão focadas no fornecimento de petróleo iraniano para a China, que é a questão mais importante", destacou.
Contudo, Ji Kaiyun, especialista da Universidade Sudoeste da China, afirma que Pequim não pretende prejudicar as já tensas relações com os EUA.
"De um ponto de vista estratégico, os EUA são mais importantes para os interesses da China do que qualquer outro país do mundo, não apenas o Irã", afirma Ji Kaiyun.
Por outro lado, a especialista considera que o Irã seja o país central para a Rota da Seda da China, o que pode contribuir para que o gigante asiático mantenha relações com os iranianos.
O especialista ainda fez questão de citar cinco áreas prioritárias em que Pequim apoia Teerã, que envolve o reflexo do turismo chinês na economia iraniana, o investimento e operações por parte de empresas estatais no Irã, cooperação na cultura e educação, apoio às críticas iranianas às sanções norte-americanas e desejo chinês de contar com a UE para resolver os problemas iranianos.
Além da China, o ministro iraniano também visitará o Japão e a Malásia, onde deve dialogar sobre a possibilidade de fornecimento de petróleo iraniano.