Hoje em dia, apenas um deles está em funcionamento, mas existem planos para construir novos navios. O colunista Nikolai Protopopov explica sobre o desenvolvimento e as perspectivas dessa frota especial.
Operação na zona ártica
O desenvolvimento de um novo navio com complexo de medição do projeto 18290 tornou-se conhecido em 2016, quando o escritório de projetos Iceberg publicou um relatório sobre a preparação do caderno de encargos para criação de um sistema de propulsão elétrica para acionamento de hélices.
No âmbito deste projeto foram formuladas mais de 20 tarefas técnicas e fechado o mesmo número de contratos com organizações relacionadas.
Em outubro de 2015, começou a ser formada a aparência técnica do navio. Como esse escritório de projetos russo é especializado em quebra-gelos potentes para o Ártico, isso significa que o novo navio do complexo de medição será provavelmente projetado para possíveis operações na zona ártica.
'Marechal' do oceano
Hoje, a Marinha russa tem apenas um navio deste tipo – o Marshal Krylov do projeto 1914.1, que se juntou à frota em 1990 e é capaz de executar tarefas em qualquer lugar do oceano mundial.
O Marshal Krylov é um dos dois navios especialmente projetados e construídos para rastrear naves espaciais e mísseis intercontinentais.
Ele foi criado para apoiar testes e melhoramentos de novos modelos de foguetes espaciais, busca, resgate e evacuação de tripulações de espaçonaves e detecção de navios, submarinos e aeronaves.
Essa embarcação, que passou por grandes reparos e modernização profunda, também realiza pesquisas oceanográficas e hidrológicas, bem como retransmite todo tipo de informação via satélite. O navio é operado por quase 350 pessoas e possui um deslocamento de 23,7 mil toneladas.
Uma das operações memoráveis desse navio de rastreamento de foguetes foi a missão espacial Europa-América 500, realizada em 1992 com o intuito de entregar por via espacial carga humanitária aos EUA. Com a ajuda de um sistema de busca de equipamentos de rádio, os marinheiros determinaram com precisão o lugar de amaragem da cápsula, que foi içada a bordo do navio e entregue em Seattle.
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Após isso, o Marshal Krylov supervisionou voos de ogivas de promissores mísseis balísticos intercontinentais, incluindo Topol e Bulava.
Agora, o navio realiza tarefas de acompanhamento de lançamentos de naves espaciais, de mísseis de cruzeiro e balísticos e monitoriza lançamentos de foguetes portadores espaciais.
Extremamente úteis à Marinha
Em 1959, no Extremo Oriente da Rússia foi formada uma frota de navios, chamada Expedição Hidrográfica do Pacífico, que foi equipada com o equipamento mais moderno da época.
Esses navios não eram mencionados na mídia. Até mesmo os membros da tripulação só descobriam sobre sua missão e as capacidades do navio diretamente a bordo. Oficialmente, estes eram navios oceanográficos expedicionários.
Com o passar do tempo, foi necessário adicionar mais navios à frota, que foram equipados com armas radiotécnicas ainda mais poderosas.
Os navios do complexo de medição também rastreavam os voos das naves espaciais americanas e recolhiam informações após explosões nucleares de grande altitude. Outra missão importante era monitorar os testes dos sistemas de defesa antimísseis dos EUA.
O equipamento dos navios acompanhava os mísseis americanos nas fases finais do voo. Assim, os militares soviéticos recebiam dados sobre os sistemas de defesa de mísseis americanos.
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Na década de 90, após o colapso da União Soviética, sete dos oito navios de medição foram vendidos no estrangeiro ou desmantelados, restando em serviço apenas o Marshal Krylov.
Especialistas concordam que esses navios são extremamente necessários para a Marinha da Rússia. Está previsto um monte de testes de novos mísseis, incluindo armas hipersônicas e o sistema intercontinental avançado Sarmat e, como os americanos também não tencionam suspender o desenvolvimento de mísseis, os novos navios do sistema de medição serão muito úteis no futuro.