A Argentina hoje é o nosso terceiro parceiro comercial e o primeiro da região, além da maior compradora dos produtos brasileiros manufaturados.
O professor de economia política internacional, Eduardo Crespo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), defende que por mais que a queda de exportações gere reflexos negativos para o Brasil, ela não chega a ser um fator determinante para o desempenho ruim da economia brasileira.
"O comércio internacional, independentemente da Argentina não está experimentando um crescimento, pelo contrário, há uma tendência de fechamento do comércio internacional. Nesse contexto obviamente, uma queda muito grande das exportações argentinas tem um efeito negativo, mas não acho que isso seja o fator que vai explicar que o Brasil não possa crescer", disse à Sputnik Brasil.
Eduardo Crespo afirma que o Brasil "tem problemas próprios", que não dependem da situação econômica do país vizinho.
"A economia brasileira é uma economia que já está estagnada já faz anos, diria que até começou antes que a Argentina a sua estagnação, o que está acontecendo é que também houve nos últimos anos ajuste fiscal, houve uma paralisação do consumo, há um nível de endividamento das famílias bastante elevado", explica.
Próximo a um novo colapso econômico e com o dólar chegando a ficar acima de 60 pesos, o Governo de Mauricio Macri precisou recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para pagar as dívidas externas argentinas.
Crespo disse que a situação na Argentina é de "desespero total" e que governo o governo de Maurício Macri, na prática, já terminou.
"O clima é de desespero total, ainda não houve eleições, mas o governo Macri está acabado e realmente uma situação muito complicada. A maior expectativa é contornar uma hiperinflação", completou.