A Força Aérea do Pacífico dos EUA (PACAF, na sigla em inglês) está estudando as possibilidades de utilização de inteligência artificial (IA) para analisar a grande quantidade de informação que os militares recebem de várias fontes.
Trata-se de informações, tanto atuais como passadas, usadas para prever melhor e de maneira mais rápida as possíveis intenções dos inimigos potenciais, disse ontem (3) Ryan Raber, o chefe adjunto da Divisão de Integração da PACAF, no evento Genius Machines.
Sistema capaz de prever ações do inimigo
Prevê-se que o mecanismo seja usado para melhorar o processo de tomada de decisão da Força Aérea do Pacífico dos EUA e irá se focar em eventos que decorrem na região do Pacífico, o que significa que a Rússia e a China poderiam ser possíveis objetos de estudo, destaca o portal Defence One. A PACAF não especificou os países cujas ações o sistema tentaria prever.
Espera-se que o mecanismo seja capaz de prognosticar as potencias ações do inimigo detectando irregularidades nos seus procedimentos rotineiros com base na análise das ações passadas e atuais.
O processo leva vários dias quando é feito por pessoas, mas se for realizado por um computador com inteligência artificial o resultado pode ser teoricamente obtido em "apenas alguns minutos".
"Se você tiver dados acumulados durante seis, oito meses ou um ano, você começa a entender qual é o padrão. Os dados que eu tenho aqui são 'regulares'. Depois nós começamos a escolher dados que se apresentam como irregulares. E então começamos a nos concentrar na informação escolhida e a descobrir que significado ela tem para nós. Estará aquela aeronave adversária se preparando para alguma coisa?", explicou Raber.
A revelação dos planos para futura utilização de mecanismos analíticos à base de inteligência artificial aparece poucos dias após o ex-secretário adjunto da Defesa dos EUA, Robert Work, ter advertido sobre o desenvolvimento de sistemas analíticos que operam à base de IA para processamento de dados para futura tomada de decisões.
De acordo com ele, possível surgimento destes mecanismos, que irão aconselhar sobre as opções de ataque nuclear após processamento de dados, é uma "perspectiva alarmante".