Embora a presença de um contingente da OTAN na Estônia, um país báltico na fronteira noroeste da Rússia, nunca tenha sido segredo, a presença de tropas americanas em uma alegada base secreta era aparentemente uma informação confidencial bem guardada.
Contudo, o "segredo" do local foi descoberto pela emissora estoniana ERR, depois de um dos seus jornalistas ter simplesmente analisado os registos públicos do Departamento de Defesa dos EUA.
Os meios de comunicação locais sempre tentaram encobrir o fato de Washington ter uma base militar na região, chamando-a de "instalação de treino e operações não especificada".
Denúncia da base
A emissora denunciou involuntariamente o "segredo" do local, uma vez que os EUA nunca reconheceram ter instalações militares na Estônia, onde oficialmente estão destacadas apenas tropas da OTAN do Reino Unido na base militar de Tapa.
De acordo com os documentos do Departamento de Defesa americano, os US$ 15,7 milhões atribuídos à base militar estoniana serão utilizados para a construção de uma série de instalações, incluindo quartéis, armazéns de armamento e uma área de limpeza de armas.
Após meio ano de investigação, os jornalistas da ERR conseguiram entrar no território dessa base, que supostamente acomoda um regimento das Forças Especiais dos EUA em regime de rotação.
A base foi estabelecida em 2014, depois que as relações entre a vizinha Rússia e o Ocidente começaram sua espiral descendente, segundo o coronel do Exército americano Kevin Stringer, citado pela emissora.
Relatos anteriores
Esta não é a primeira vez que bases americanas "secretas" são acidentalmente reveladas ao público e aos seus possíveis adversários por mero acaso ou falta de supervisão.
Em novembro de 2017, um popular aplicativo de fitness para celulares, chamado Strava, publicou o mapa indicando a localização de seus usuários mais ativos. Para surpresa de muitos, algumas das maiores concentrações não estavam localizados em cidades ou centros esportivos, mas no meio do nada.
Como alguns desses aglomerados coincidiam com locais onde havia bases militares pertencentes aos EUA, várias mídias sugeriram que o aplicativo estava sendo usado por soldados em suas sessões de treinamento. Assim, muitas das concentrações não atribuídas podiam também pertencer a bases secretas dos EUA.