Perante a emergência, a Sputnik explica detalhadamente este fenômeno que está cada vez mais destrutivo e intenso.
Furacões mais perigosos da história
O Furacão Irma foi o primeiro a atingir ventos acima de 297 km/h por mais de 24 horas, atingindo diversas ilhas caribenhas na América Central sem ao menos tocar o solo, em 10 de setembro de 2017. O Irma provocou a evacuação de mais de 20 milhões de norte-americanos.
O furacão Katrina, de categoria 3, atingiu os EUA em 2005 e gerou US$ 108 bilhões (R$ 442 bilhões) de danos materiais, tornando-se o furacão mais devastador, e mais caro, a atingir o país, além de provocar quase duas mil mortes.
Também surge na lista o furacão Ike, um dos mais destruidores, de categoria 2, que atingiu os EUA em 2008, provocando quase 200 mortes.
Em 1992, o furacão Andrew, com duração de 12 dias, atingiu ventos de 250 km/h e provocou 65 mortes.
Atingindo o estado da Flórida, o furacão Wilma, de categoria 3 deixou ao menos 60 mortes em 2005.
O furacão Sandy, um dos maiores a atingir os EUA, possuía 1,5 mil quilômetros de diâmetro. Ele atingiu o país norte-americano em 2012, causando um prejuízo de US$ 20 bilhões e provocando quase 300 mortes.
Dorian, o segundo maior furacão do Atlântico, de categoria 5, atingiu as Bahamas no último domingo (1º), seguindo para os EUA. O Dorian contou com ventos de 295 km/h, o que causou uma grande destruição, já que as casas na região são projetadas para suportar ventos de até 241 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA. De acordo com o primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Minnis, 73 mil pessoas e 21 mil casas correm risco, ressaltando que o arquipélago foi atingido por uma "tempestade monstruosa e mortal".
A história ainda conta com o furacão do Dia do Trabalhador, que matou 408 pessoas em 1935, o furacão Galveston, que matou mais de seis mil pessoas em 1900, o furacão Mitch, que matou aproximadamente 18 mil pessoas em 1998, e o furacão São Calisto II, que matou mais de 22 mil pessoas em 1780.
Furacão como desastre natural
Um furacão é um sistema circular de movimentação de ar, em uma velocidade superior a 105 km/h e com diâmetro de centenas de quilômetros, resultante da formação de um sistema de baixa pressão sobre regiões oceânicas.
Ou seja, o fenômeno é formado sobre regiões oceânicas, mais precisamente quando águas dos oceanos se tornam mais quentes, com temperaturas iguais ou superiores a 27 °C, além de um índice elevado de evaporação e grande quantidade de umidade, que posteriormente será convertida em massas de ar que formam os furacões.
Os furacões surgem sempre em formato circular, girando no sentido horário no Hemisfério Sul e no sentido anti-horário no Hemisfério Norte, isso devido ao efeito coriólis, que surge pelo movimento de rotação da Terra.
A velocidade dos ventos do fenômeno pode atingir até 300 km/h e furações possuem entre 450 km e 650 km de diâmetro com distribuição igualitária do vento e das nuvens ao seu redor.
Com isso, o fenômeno é geralmente formado em regiões tropicais. Dentre as regiões mais atingidas estão a costa mexicana, costa da América Central, Filipinas, China, Taiwan e a ilha de Madagascar. Isso porque essas águas são suficientemente quentes e propícias para suportar a formação e o desenvolvimento de ciclones tropicais. Além disso, o fenômeno ocorre apenas em latitudes acima de 15°N ou 15°S, o que elimina as chances do Brasil ser um dos alvos do fenômeno.
Furacão, humanidade e aquecimento global
Um estudo publicado pela revista Science confirmou que o aquecimento global está contribuindo para surgimento de furacões cada vez mais fortes.
Isso devido ao aumento das temperaturas dos mares, que é a principal contribuição para a formação de furações mais fortes desde 1970.
O assunto gerou um grande debate entre os cientistas sobre qual papel a sociedade teria na criação de tempestades cada vez mais intensas e frequentes. Com isso, a maior parte dos cientistas concorda que as tempestades mais fortes serão cada vez mais comuns nas futuras temporadas de furacões.
Um exemplo disso é que, na década de 70, a média de furacões nas categorias 4 e 5 era de dez por ano. Entretanto, desde os anos 90, esse número praticamente dobrou e chegou a aproximadamente 18 ao ano.
Climatologistas da NOAA também acreditam que os furacões estão ficando cada vez mais violentos devido ao aquecimento das águas oceânicas, fato essencial para formação de tempestades, fazendo com que sejam liberada uma energia equivalente a explosão de uma bomba de hidrogênio de dez megatons a cada 20 minutos.
Vale destacar que a intensidade de um furacão pode ser afetada pela umidade de parte da atmosfera entre a superfície da Terra até aproximadamente 9,5 quilômetros, mudança na direção de ventos, elevação da temperatura da superfície do mar e modelos de circulação de ar em grande escala.
Previsão, prevenção e vítimas
Anteriormente, os furacões chegavam sem qualquer aviso, causando milhares de mortes e destruições por onde passavam, já que não havia tecnologias necessárias para prever a chegada deles.
Hoje, a formação do fenômeno é acompanhada por satélites no espaço, além dos aviões da Agência Nacional da Atmosfera e do Oceano dos EUA (NOAA, na sigla em inglês), e por isso, a população é avisada dias antes da chegada da destruição.
A moderna tecnologia colaborou para redução de vítimas, entretanto, fatalidades ainda ocorrem e a passagem desse fenômeno continua deixando rastros de destruição e morte.
Em casos de emergência, a NHC e a NOAA recomendam que as pessoas tenham um plano de prevenção contra furacão, contendo suprimentos de emergência, como alimentos, água e ar puro, vestuário e roupa de cama, lista de abastecimento, seguir os planos de evacuação, seguir as instruções das autoridades, analisar os riscos e ter os contatos dos principais meios de comunicação e emergência da região.