As exportações de agosto da segunda maior economia do mundo caíram em relação ao ano anterior, em função das medidas tarifárias adotadas pelos EUA, que entrarão em vigor no dia 1 de outubro e no dia 15 de dezembro.
"O atrito comercial China-EUA levou a um declínio acentuado nas exportações da China para os Estados Unidos", disse Steven Zhang, economista-chefe e chefe de pesquisa da Morgan Stanley Huaxin Securities, citado pela Reuters.
As exportações chinesas de agosto para os EUA caíram 16% em relação ao ano anterior, desacelerando acentuadamente após uma queda de 6,5% em julho. Enquanto isso, as importações dos EUA caíram 22,4%. Provavelmente, a queda está ligada ao atrito comercial com Washington, que já dura cerca de um ano. A Casa Branca anunciou tarifas de 15% para uma ampla gama de produtos chineses a partir de setembro, com a China revidando com suas próprias tarifas. A próxima rodada de negociações comerciais entre os países está prevista para outubro.
As exportações chinesas para Europa, Coreia do Sul, Austrália e Sudeste Asiático também pioraram, em relação ao mês de julho, enquanto os embarques para o Japão e Taiwan registraram um ligeiro crescimento no mesmo período.
Pequim, desde o início da crise comercial, deixou sua moeda yuan cair drasticamente para compensar a pressão tarifária norte-americana e vem alterando a política de crédito para as suas grandes empresas.
Enquanto isso, os mercados asiáticos subiram na segunda-feira de manhã, em meio a expectativas crescentes de que Pequim possa introduzir mais medidas de estímulo para sustentar sua economia.
"Olhando para o futuro, prevemos que as perspectivas da exportação chinesa permaneçam sombrias", escreveu Louis Kuijs, da Oxford Economics, em um artigo neste de domingo. "As tarifas adicionais impostas pelos EUA em 1 de setembro e as programadas para 1 de outubro diminuirão ainda mais o ritmo de crescimento das exportações".
"Na nossa opinião, são necessárias medidas mais significativas se os legisladores quiserem estabilizar o crescimento no próximo ano na faixa de 5,7%, e achamos que eles devem conseguir. Nesse cenário, esperamos melhorias mais visíveis nas importações", acrescentou Kuijs.