À primeira vista parecem pedaços de madeira, mas basta pegar na mão para sentir a leveza do material. O plascer é um tipo de bloco feito de plástico 100% reciclado, que pode ser utilizado em vários fabricações como substituto de madeira e aço.
“Pode ser vendido bruto, para que o próprio cliente faça a aplicação, ou então transformados por nós em uma mesa, banco, guarda-sol, espreguiçadeira. É quase infinita a possibilidade de aplicação deste material e que acaba por ter vantagens muito competitivas, porque não precisa de manutenção e tem alta durabilidade”, explica à Sputnik Brasil a fabricante Sandra Castro.
Para fazer o plascer, a empresa compra o plástico recolhido nas coletas seletivas de várias cidades do país. “Em média precisamos de 100 quilos de plástico para fazer um banco simples, por exemplo. Quanto mais plástico, melhor a qualidade do produto e mais nós reciclamos”, diz a fabricante.
“Quando se fala em sustentabilidade as pessoas começam logo a pensar em verde, mas a sustentabilidade tem que ser econômica, começa por aí, sem ela não vamos a lado nenhum. Social também, porque as pessoas do setor tem que ter salários dignos e tem que ter condições de trabalho boas e depois vem a sustentabilidade ambiental, onde vem a energia, os resíduos e a água”, afirma Pedro Alves
O plano português
A conferência conta com o apoio do Turismo de Portugal, entidade do governo responsável pelo setor, que tem apostado forte no tema. “Lançamos há três anos a Estratégia 2027, que trata dos objetivos para os próximos 10 anos, e a sustentabilidade é a base. Temos objetivos específicos a atingir do ponto de vista econômico, do ambiental e do social. Queremos que 90% das empresas portuguesas tenham gestão eficiente de água e de resíduos. No pilar social, queremos reduzir a sazonalidade, queremos aumentar a qualificação das pessoas que trabalham na indústria. No plano econômico, queremos ter uma procura mais espalhada pelo território, promovendo a dispersão dos turistas que hoje estão concentrados em regiões muito específicas”, explica à Sputnik Brasil o diretor de Gestão de Conhecimento da entidade, Sérgio Guerreiro.
Em 2018, os gastos dos turistas em Portugal ultrapassaram os 16 bilhões de euros. Além disso, também houve crescimento no número de visitantes, com um recorde de quase 23 milhões de entradas de estrangeiros registradas no país. De acordo com o governo, Portugal é o 17º país do mundo que recebe o maior número de turistas e 12º no ranking dos destinos mais competitivos do setor.
Para manter o ritmo e atingir os objetivos da estratégia até 2027, o governo aposta nas novas tecnologias verdes e em facilidades para que os prestadores dos serviços adotem as modificações.
“Queremos ter 90% das empresas com excelentes práticas ambientais. O governo criou um ecossistema de soluções que permitem fazer essa caminho mais rápido. São instrumentos de financiamento para que as empresas possam recorrer e implementar soluções de sustentabilidade, além de algumas certificações. Facilitamos um caminho que não costuma ser fácil para que as empresas respondem aos desafios que propomos”, diz Sérgio Guerreiro.