A saída de Cintra, confirmada em um comunicado do Ministério da Economia, ocorre um dia depois que a mídia local relatou um membro sênior da equipe de Cintra descrevendo detalhes de um imposto sobre transações financeiras modelado na impopular "CPMF", imposto introduzido em 1993, mas abolido em 2007.
"A equipe econômica está trabalhando em um novo regime tributário para simplificar padrões, reduzir custos, aliviar a carga tributária sobre famílias e empresas", afirmou o Ministério da Economia em comunicado.
"A proposta só será divulgada após a aprovação do ministro Paulo Guedes e do presidente Jair Bolsonaro", afirmou, acrescentando que Guedes agradeceu a Cintra por seu serviço e que José de Assis Ferraz assumirá temporariamente o cargo.
Uma fonte disse à Agência Reuters que Guedes decidiu que Cintra deveria ser demitido porque ele não havia redigido completamente sua proposta de reforma tributária enquanto ainda falava sobre o assunto em público, e ele nunca apareceu na frente dos legisladores.
A mídia local disse que a demissão de Cintra se concentrou no debate sobre propostas para introduzir uma nova versão do controverso imposto da CPMF. Na terça-feira, um membro sênior de sua equipe informou que seria cobrado de 0,2% a 0,4%.
Guedes e seus partidários argumentam que um imposto sobre transações financeiras é um imposto simples de implementar e cobrar, e fornece um fluxo de receita estável para o governo.
Mas críticos, de todo o espectro político e econômico, dizem que é regressivo e atinge mais os pobres. A CPMF, que tributava todas as transações financeiras, incluindo cheques, era impopular quando estava em vigor, e a oposição a ela ser ressuscitada de qualquer forma ainda é profunda.
A reforma tributária é a principal prioridade econômica do governo no segundo semestre deste ano, depois de levar a reforma previdenciária à beira da plena aprovação do Congresso no primeiro semestre.