Conforme publicado pela agência Reuters, Kramp-Karrenbauer acredita que a retirada antecipada das forças da OTAN pode fazer com o Afeganistão recue para um regime controlado pelo Talibã.
Kramp-Karrenbauer, que também lidera o partido dos democratas-cristãos, da chanceler e é vista como a próxima a se tornar chanceler do país, disse que uma retirada de tropas estrangeiras seria particularmente difícil para as mulheres afegãs.
"Estou preocupada que, se abandonarmos nossa responsabilidade [no Afeganistão], enfrentaremos imagens horríveis de mulheres sendo apedrejadas e enforcadas e de meninas que não poderão frequentar a escola e se casar", disse Kramp-Karrenbauer em uma reunião de mulheres da CDU.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou este mês uma reunião secreta que iria ocorrer com líderes do Talibã, que tinham o objetivo de dar prosseguimento às negociações para encerrar o conflito de quase 18 anos no país islâmico.
Os EUA disseram que retirariam quase 5 mil soldados do Afeganistão e fechariam cinco bases militares sob um projeto de acordo com o Talibã.
Trump cancelou as negociações depois que os insurgentes assumiram a responsabilidade por um ataque em Cabul que matou um soldado dos EUA e outras 11 pessoas.
A Alemanha tem cerca de 1,3 mil soldados no Afeganistão. Já os EUA têm cerca de 14 mil soldados no país.
Trump tem pressionado a Alemanha a cumprir um orçamento de despesa militar exigido pela OTAN de 2% da produção econômica.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse no mês passado que estava levando o compromisso de seu governo a cumprir esse objetivo com seriedade. De acordo com os planos orçamentários atuais, a Alemanha empenha pouco mais de 1,4% da produção em defesa.