Segundo os cientistas, o nascimento de um buraco negro emite um som semelhante ao "piar de um pássaro". O estudo publicado na revista Physical Review Letters informa que os cientistas escutaram o som do nascimento de um buraco negro pela primeira vez.
Os especialistas também afirmaram que os resultados do estudo podem comprovar a teoria da relatividade do físico alemão Albert Einstein, segundo a qual um buraco negro que surge da colisão de outros dois de grande massa deveria vibrar após o choque, produzindo ondas gravitacionais e, a partir dessa oscilação, seria possível obter informações sobre sua massa e trajetória.
De acordo com o uruguaio Maximiliano Isi, um dos autores do estudo, foram detectados sinais em diversas frequências, que desaparecem em momentos diferentes, como acordes musicais.
"Cada frequência ou tom corresponde a uma frequência vibracional do novo buraco negro", explica.
A descoberta também fortalece a teoria do físico norte-americano John Wheeler de que os buracos negros são "carecas", pois apesar de serem corpos massivos de grande força gravitacional, possuem apenas três propriedades: massa, rotação e carga elétrica. As demais características seriam "engolidas" por ele e não poderiam ser observadas.
"Esperamos que a teoria geral da relatividade geral esteja correta, mas esta é a primeira vez que confirmamos como ela ocorre", afirmou Maximiliano Isi.
Em nota, Isi explica que, embora todos acreditem que a proposição esteja correta, apenas agora os especialistas tiveram sucesso na comprovação do teorema das equações de Einstein-Maxwell.
"Esta é a primeira vez que temos sucesso na tentativa de medir o teorema das equações de Einstein-Maxwell", explicou.
A colisão do buraco negro em questão, designado como GW150914, foi detectada pelo Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (LIGO, na sigla em inglês), tornando-se o primeiro evento deste tipo a ser confirmado.