Mike Pence declarou que militares norte-americanos estão prontos para responder aos ataques a instalações petrolíferas sauditas. A declaração foi dada durante discurso no think tank conservador Heritage Foundation, localizado em Washington.
Segundo vice-presidente, Washington "está analisando todos os dados" e consultando aliados para determinar as melhores ações nos próximos dias.
Mike Pence enfatizou que se o Irã tiver cometido ataque a refinarias sauditas para pressionar o presidente Donald Trump e forçá-lo a recuar, então não alcançará o quer.
Grupo radical no Congresso dos EUA
Professor da Universidade de São Petersburgo Aleksandr Kubyshkin comentou a situação em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, observando que se deve ter cuidado na hora de prever algo.
"Trump, em minha opinião, claramente não quer guerra com o Irã [...] Outra coisa é que o Congresso dos EUA agora tem um lobby anti-iraniano muito forte, que inclui tanto democratas quanto republicanos. E eles criticam ativamente Trump por sua atitude muito branda, na opinião deles, tanto com o Irã como com a Coreia do Norte, que os EUA consideram 'países desonestos'", afirmou Kubyshkin.
Segundo o professor, a saída de John Bolton da assessoria de Segurança Nacional do presidente dos EUA está, até certo ponto, relacionada a esse processo, já que Trump é incapaz de superar a resistência desse influente grupo radical no Congresso.
Capacidades militares do Irã
O especialista recordou que Trump era contra intervenções militares em grande escala no exterior, e que o conflito com o Irã, se começasse, teria consequências imprevisíveis.
"O Irã tem recursos militares significativos, incluindo mísseis de médio alcance. Entretanto, as bases militares americanas estão ao alcance [do Irã]. E os norte-americanos temem claramente um grande conflito, que pode ter consequências imprevisíveis", concluiu Alexander Kubyshkin.
Ataques a refinarias sauditas
No sábado à noite, duas refinarias da petrolífera estatal saudita Saudi Aramco foram incendiadas por drones e mísseis guiados. Posteriormente, o porta-voz do Ministério da Defesa da Arábia Saudita, Turki al-Maliki, disse que as instalações da Saudi Aramco foram atacadas por 18 drones e sete mísseis de cruzeiro.
Os rebeldes iemenitas houthis, contra os quais a coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita está lutando desde 2005, assumiram responsabilidade pelos ataques.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, não perdeu tempo e acusou o Irã pelos ataques. A acusação de Pompeo foi rebatida pelo Ministério das Relações Exteriores iraniano, que a chamou de "mentira".