O Congresso dos EUA passou a abordar a possibilidade de impeachment do presidente norte-americano, Donald Trump, caso um inquérito revele que foi aplicada pressão sobre o homólogo ucraniano, Vladimir Zelensky, afirmou à emissora CNN o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, Adam Schiff.
"Se o presidente está essencialmente adiando ajuda militar ao mesmo tempo em que tenta intimidar um líder internacional a cometer algum ilícito, a fornecer coisas ruins sobre seu adversário durante a campanha presidencial, então impeachment deve ser o único remédio para equalizar o mal que essa conduta representa", ponderou Schiff à CNN.
Para o serviço russo da Rádio Sputnik, o cientista político, Yevgeny Ben, avaliou a probabilidade de um cenário de saída de Trump do poder.
Probabilidade de impeachment
Segundo cientista político, "nesta fase, o impeachment já não é possível", pois requereria não só uma votação no Congresso, que teoricamente é possível, mas ainda passaria por procedimentos complexos de decisões do Senado.
"Isso é praticamente impossível, porque o Senado tem certa prevalência de republicanos. E, em geral, ninguém se atreverá a aplicar tal manipulação agora. Na verdade, a questão do impeachment de Trump durante este mandato presidencial pode ser considerada fechada após a investigação do procurador especial Robert Muller sobre a possível conexão de Trump com a 'intervenção russa'", agregou.
Reação da mídia
Anteriormente, o jornal The Washington Post relatou que um membro de um serviço de inteligência dos EUA protocolou uma reclamação contra Donald Trump por ter firmado um compromisso verbal com um líder de outro país, algo que não poderia ter feito. Com quem e sobre o que o presidente dos EUA falou é desconhecido.
A denúncia, que envolveria a Ucrânia, causou uma onda de críticas de democratas no Congresso. O Wall Street Journal informou então, citando fontes, que Trump pressionou repetidamente seu colega ucraniano durante uma conversa telefônica para iniciar uma investigação contra o filho do ex-vice-presidente dos EUA, Joe Biden. O chanceler ucraniano, Vadim Pristaiko, negou a alegação.
Já o presidente dos EUA, Donald Trump, qualificou toda a história como "fake news". Ele enfatizou que Biden exigiu que o governo ucraniano demitisse seu procurador-geral por estar investigando as atividades de seu filho.
Caso contrário, Kiev perderia dinheiro dos Estados Unidos. Trump observou que em sua conversa com Zelensky "não houve nada de errado" e a exigência de Biden foi um "desastre completo", mas a mídia não quis relatar isso.